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A Polícia Civil deflagrou a Operação Black Market para combater um esquema no qual comerciantes adquiriam cargas roubadas de uma facção criminosa. Nesta ação, que ocorreu em diversas cidades, incluindo Porto Alegre, Viamão, Canoas, Capão da Canoa e Itapema, foram cumpridos 22 mandados de busca e apreensão, 16 sequestros de veículos, nove de imóveis e bloqueio de 21 contas bancárias.
Segundo a Polícia Civil, os 21 investigados, todos ligados a uma rede de supermercados na capital, que não teve seu nome divulgado, estão envolvidos em crimes de lavagem de dinheiro, furto e receptação de cargas roubadas, além de estelionato contra fornecedores de produtos. As investigações revelaram que esses suspeitos criaram ou utilizaram empresas registradas em nome de “laranjas” para aplicar fraudes, tornando a localização deles mais difícil. Os valores dos bens móveis e imóveis bloqueados chegam a quase R$ 5 milhões, enquanto os lucros do grupo ultrapassam R$ 3,4 milhões.
O esquema envolvia a compra inicial de produtos, pagos para ganhar crédito e conquistar a confiança dos fornecedores. Em seguida, pedidos maiores eram feitos, e o golpe era executado. Os criminosos nunca tencionavam pagar desde o início da negociação, agindo como estelionatários que lucravam ilicitamente com a venda desses produtos em prejuízo dos fornecedores.
Além disso, a rede de mercados investigada também receptava produtos furtados ou roubados, principalmente bebidas e cigarros, provenientes de uma quadrilha ligada a uma facção criminosa. A suspeita é que o lucro ilegal fosse investido na aquisição de bens registrados em nome de terceiros, misturando-se com o faturamento dos mercados para ocultar sua origem ilícita.