Chuvas históricas no RS causam estragos nas regiões norte e noroeste

Foto: Dibulgação/AMOBAL

A quinta-feira (19) trouxe consigo intensas chuvas que seguem castigando as regiões Norte e Noroeste do Rio Grande do Sul. Desde terça-feira (17), ventos e precipitações fortes tem feito com que rios subam rapidamente e moradores não consigam iniciar um processo de reestabelecimento após tanta água.

Uma cheia de grandes proporções do Rio Uruguai atinge neste momento em cheio cidades ribeirinhas, como Doutor Maurício Cardoso e Porto Mauá. De acordo com a MetSul Meteorologia, o nível do rio começa a estabilizar no Noroeste, mas em cota altíssima, dois metros acima do pico registrado na cheia semana passada. Toda esta água avança agora para cidades mais ao Sul da bacia.

A MetSul ainda alerta para uma cheia de grandes proporções do Rio Uruguai na Fronteira Oeste nos próximos dias. A enchente em cidades da fronteira como São Borja, Itaqui e Uruguaiana será a maior em anos, adverte. Há potencial para um grande número de desabrigados.

Em Crissiumal, o prefeito Marco Aurélio Nedel alertou para a submersão de diversas pontes sobre o rio Lajeado Grande, conectando o município a outros três da região. Na zona rural, onde a chuva atingiu impressionantes 400 milímetros em uma semana, a situação se agrava, resultando em uma frustração nas safras de milho e soja. A Prefeitura considera a possibilidade de decretar estado de calamidade pública.

Enquanto em Três Passos, a casa de máquinas da Corsan desabou com a força das águas no rio Erval Novo. Com 586 milímetros de chuva acumulada, o município enfrenta a falta de abastecimento de água. O município também cogita decretar situação de emergência, e a continuidade da falta de água pode resultar na suspensão das aulas, enquanto o abastecimento é temporariamente feito por caminhões-pipa.

Já em Doutor Maurício Cardoso, apesar de não superar marcas históricas anteriores, a cheia do rio Uruguai causou estragos significativos. Balneários como Londero e Ilhas do Chafariz foram duramente atingidos, com 402 casas e cinco estabelecimentos comerciais alagados e 26 famílias desalojadas. A contabilização de 635 milímetros de chuvas em outubro, o maior já registrado em um mês, e mais de 200 hectares de lavouras de milho submersos, evidenciam a gravidade da situação.