Foto: Polícia Civil/Divulgação
Nesta segunda-feira (7), forças conjuntas da Polícia Civil e da Brigada Militar mobilizaram uma operação em Vila Jardim, Porto Alegre, para capturar 22 indivíduos suspeitos de um brutal duplo assassinato ocorrido em junho. Até o momento, 13 foram presos, e armas e substâncias ilícitas foram confiscadas.
Esta ofensiva, intitulada “Operação Mar Tirreno”, tem como base 56 mandados judiciais, incluindo 16 de prisão preventiva, seis de prisão temporária e 34 de busca e apreensão. Esta operação é resultado das diligências conduzidas pela 2ª Delegacia de Homicídios da região. Durante a operação, dois helicópteros foram empregados.
Investigações revelaram que, em 19 de junho, as vítimas foram atraídas para um encontro falso por duas mulheres sob o pretexto de uma festa particular. Posteriormente, um grupo de pelo menos cinco pessoas, disfarçadas com uniformes militares, invadiu o local e atacou brutalmente os jovens com um machado. Chocantemente, uma transmissão ao vivo foi realizada durante o ataque, visando a intimidação.
Os principais responsáveis pelo crime foram identificados: dois líderes de uma facção baseada na zona leste da cidade, dois executores, um auxiliar de transporte, uma das mulheres que realizou a emboscada e outros membros da organização.
De acordo com o delegado Eric Dutra, a operação foi nomeada com base na mitologia grega, onde o Mar Tirreno era conhecido por ser habitado por sereias que encantavam suas vítimas com seus cantos sedutores, levando-as à morte.
Em relação ao ataque, Dutra esclareceu que, recentemente, a prática de transmitir crimes ao vivo se tornou comum entre facções como uma demonstração de poder. Estas transmissões muitas vezes são compartilhadas em grupos privados de mídias sociais.
O diretor do Departamento de Homicídios, Mario Souza, ressaltou a importância desta operação.
“Para evitar o que ocorreu no ano passado na Capital, quando mais de 20 pessoas foram mortas no combate entre grupos rivais, o que se estendeu até para algumas cidades da Região Metropolitana, essa operação de hoje (segunda-feira) visa prender vários integrantes destes grupos responsáveis por homicídios, em especial o da Vila Jardim. Foram 40 dias de intensas investigações e troca de informações para identificar casos e todos os envolvidos”, ressalta o delegado Mario Souza.
A brutalidade do crime exigiu uma resposta imediata das autoridades. Souza reiterou que as investigações estão em andamento. A identidade das vítimas não foi divulgada para evitar possíveis retaliações e agravamento da situação.
Durante o curso das investigações, quatro outros envolvidos já haviam sido capturados. Dutra ainda observou que um dos assassinados em junho tinha laços familiares com um líder de facção, intensificando as tensões locais.