Os bastidores da demissão de Mano Menezes e a força no nome de Eduardo Coudet

Foto: Ricardo Duarte/Inter

No fim da tarde em Porto Alegre, com temperaturas próximas a 10°C, o Inter decidiu pela destituição de Mano Menezes. Uma assembleia do Conselho de Administração determinou a execução do que nos corredores era tratado como um plano de contingência para o futuro.

A performance do time na temporada, principalmente nos três últimos embates, as eleições presidenciais e as oitavas da Libertadores foram fatores consideráveis na decisão que pegou até mesmo os jogadores de surpresa. Eduardo Coudet retorna e novamente fará desfile de seu cachecol.

A negociação com o técnico argentino está praticamente finalizada, restando apenas uma reunião para confirmar e oficializar o acordo. Os últimos detalhes do contrato devem ser finalizados nas próximas horas. Em 2023, Coudet dirigiu o Atlético-MG, deixando o time em junho.

Rumores sobre um possível retorno de Coudet ao Internacional já circulavam após o empate contra o Palmeiras, no terceiro jogo sem vitórias e sem marcar gols, enquanto Mano Menezes ainda dava entrevista coletiva como técnico do time. Tal cenário, contudo, era tratado como um plano emergencial para “resgatar o ano” apenas em caso de eliminação nas oitavas da Libertadores.

A reunião do presidente Alessandro Barcellos com os vice-presidentes definiu pela saída antecipada de Mano. O desempenho do time nos últimos jogos foi o ponto chave da decisão. A diretoria concluiu que o treinador poderia obter mais do time, segundo o portal ge.

Havia também um diagnóstico de desgaste interno entre o técnico e o grupo de jogadores. O portal ge afirmou que existiam relatos de descontentamento de atletas com restrições impostas por Mano no vestiário e críticas a alguns de seus métodos de trabalho.

Barcellos sempre manteve uma relação de confiança com Mano, chegando a descartar a demissão do técnico após uma série de cinco derrotas consecutivas. Atualmente, o Internacional tem apenas uma derrota nos últimos doze jogos, embora também tenha sofrido a eliminação na Copa do Brasil para o América-MG no período.

Mesmo assim, a conexão entre o técnico Eduardo Coudet e Barcellos nunca se rompeu. O dirigente ocupava o cargo de vice-presidente de futebol durante a maior parte do período anterior de Coudet no Internacional, em 2020.

Inclusive, o treinador chegou a usar uma foto de Barcellos no WhatsApp durante a eleição ganha pelo atual presidente em dezembro de 2020. A proximidade entre os dois é uma das vantagens do dirigente, que também levou em conta a eleição no final do ano, quando buscará a continuidade por mais três anos.

Grande parte dos apoiadores de Barcellos defendia a mudança e tinha esperança no retorno de Coudet, que liderou o Internacional em parte da campanha que resultou no vice-campeonato Brasileiro de 2020, finalizado em fevereiro de 2021.

Recentemente, Coudet chegou a declarar que tinha uma dívida com a torcida do Internacional pela maneira como saiu em 2020. No meio da disputa do Brasileirão, aceitou uma proposta do Celta de Vigo e deixou o clube. Havia desacordo com a diretoria na época. A declaração do argentino ocorreu após uma crítica justamente de Mano.

“Foi o clube que abriu as portas aqui no Brasil. Eu sou muito agradecido com todo esse pessoal, com o torcedor do Inter, como me trataram. Tenho uma dívida com esse clube, com o torcedor e, algum dia, quem sabe, o futebol vai deixar pagar essa dívida”, disse Coudet

Nas próximas horas, o Internacional deverá oficializar o retorno de Coudet. A tendência é que o técnico assine até o final da temporada e, caso Barcellos consiga a reeleição, estenda o contrato.