De 17 árbitros FIFA no Brasil, cinco nunca apitaram jogos da Série A, sendo todas mulheres

Foto: Rafael Vieira/Federação Pernambucana de Futebol

A Confederação Brasileira de Futebol (CBF) atualmente conta com 17 árbitros centrais com escudos FIFA em seu quadro. Esses profissionais estão entre os melhores do mundo e são homologados para atuar em competições internacionais. No entanto, entre esses árbitros, há um grupo de cinco mulheres que nunca apitou um jogo na Série A do Campeonato Brasileiro Masculino.

Além da conhecida Edina Alves Batista, que é presença constante na elite do futebol nacional e estará na Copa do Mundo Feminina, outras cinco profissionais também possuem o escudo FIFA. No entanto, elas nunca foram escaladas para atuar em competições masculinas de alto nível.

Daiane Muniz, que recebeu o escudo FIFA em 2018, nunca atuou como árbitra central na Série A até 2021, quando se tornou árbitra de vídeo (VAR). Desde então, ela tem atuado apenas nas cabines do VAR, sendo a primeira mulher a comandar a tecnologia em jogos da Conmebol. Seu último jogo em campo pela CBF foi entre Jaraguá e Aparecidense, na Série D, em agosto de 2021.

Deborah Cecília Cruz Correia, de Pernambuco, e Rejane Caetano da Silva, do Rio de Janeiro, estão no quadro internacional há mais tempo, tendo conquistado o escudo em 2017. Deborah Cecília já chegou a comandar partidas da Série B e teve um jogo este ano na Série A entre Sampaio Correia e Londrina. Ela também foi a primeira mulher a comandar a final do Campeonato Pernambucano.

A árbitra mais jovem do grupo é Andreza Helena Siqueira, de Minas Gerais, que recebeu o escudo FIFA no ano passado. Ela está na equipe da CBF desde 2021 e apitou apenas duas partidas do Campeonato Brasileiro, ambas na Série D.

Charly Wendy Straub Deretti, de Santa Catarina, e Thayslane de Melo Costa, de Sergipe, também ainda não atuaram na Série A do Campeonato Brasileiro. Charly apitou 20 jogos pela CBF este ano, mas apenas cinco como árbitra central – um na Série C, outro na Série D e três no Brasileirão Feminino.

Segundo o GE, a CBF foi procurada para prestar esclarecimentos sobre a escolha dos árbitros, mas ainda não obteve resposta. O presidente da Associação Nacional de Árbitros de Futebol (ANAF), Salmo Valentim, afirma que a seleção dos árbitros para receber o escudo FIFA é confusa e, para as mulheres, ainda mais difícil de entender.

“Essa é uma pergunta que a CBF e a CNA (Conselho Nacional de Arbitragem) deveriam responder de forma objetiva e transparente, em respeito à opinião pública e aos árbitros do quadro nacional. Mas sempre se furtaram dos esclarecimentos, porque não querem reconhecer que não existem critérios pré-definidos e que as escolhas são baseadas apenas nas predileções pessoais”, disse

No caso das mulheres, é ainda mais confuso entender como são feitas as escolhas: parece que eles jogam os escudos para cima e quem pegar, pegou.“, afirmou

Relação de árbitros FIFA:

  • Anderson Daronco (RS)
  • Andreza Helena de Siqueira (MG)
  • Bráulio da Silva Machado (SC)
  • Bruno Arleu (RJ)
  • Charly Wendy Straub Deretti (SC)
  • Daiane Muniz (SP)
  • Deborah Cecília Cruz Correira (PE)
  • Edina Alves Batista (SP)
  • Flávio Rodrigues (SP)
  • Paulo César Zanovelli (MG)
  • Ramon Abatti (SC)
  • Raphael Claus (SP)
  • Rejane Caetano da Silva (RJ)
  • Sávio Pereira Sampaio (DF)
  • Thayslane de Melo Costa (SE)
  • Wagner do Nascimento Magalhães (RJ)
  • Wilton Pereira Sampaio (GO)