Compra de carros de luxo pelo TJRS gera polêmica

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Uma compra do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul tem causado polêmica. O TJ-RS gastou R$ 1,79 milhão para comprar cinco carros de luxo da marca Audi, em uma licitação com critérios específicos que descartaram outra proposta de menor valor.

Os veículos da linha A4 S Line, um sedan executivo, foram adquiridos da empresa Germany Comércio de Veículos e Peças Ltda. De acordo com o edital, o automóvel deveria ter uma “distância entre eixos de 2.820mm”, “comprimento de 4.760mm”, “largura de 1.846mm” e “altura de 1.400mm”.

Ao GZH, o vice-presidente do Tribunal de Justiça e responsável pela Comunicação, o desembargador Antônio Vinicius Amaro da Silveira afirmou que outras empresas se candidataram, mas ofereceram preços maiores ou um veículo que não se enquadrava nas exigências do edital.

A aquisição de veículos de representação, mediante licitação na modalidade pregão eletrônico, pelo menor preço, que visa a manutenção da segurança, conforto e economia às autoridades e servidores nos deslocamentos necessários da Administração, atendendo aos princípios constitucionais, com a boa gestão dos recursos e serviços públicos, otimizando as condições laborativas da Administração para cumprir sua função jurisdicional”, disse.

O TJ-RS informou, ainda, que os atuais veículos oficiais – dois Kia Cadenza adquiridos em 2012 e outros dois em 2013, e um Ford Fusion de 2013 – serão doados a “órgãos públicos e entidades beneficentes e assistenciais”.

Repercussão

A ação não foi bem recebida por alguns parlamentares. Na tarde de hoje (24), o deputado Felipe Camozzato (Novo) acionou o Ministério Público Estadual e o Tribunal de Contas pedindo atuação dos órgãos de controle para suspender a licitação. O deputado alega que o edital registra equívocos que comprometem a lisura da compra, além de ferir a Lei de Licitações, que veda a compra de itens de luxo pelo poder público.

Camozzato ainda afirmou que “outros órgãos púbicos sofrem com falta de estrutura mínima, e que o Tribunal de Justiça passa uma percepção de que, no poder público, há dinheiro sobrando”.