Foto: Vitor Silva/Botafogo
Nos últimos anos, o cenário do mercado de treinadores no futebol brasileiro passou por mudanças significativas, com a chegada em massa de profissionais estrangeiros. Nesta edição do Brasileirão, 10 times são comandados por técnicos de outras nacionalidades.
A tabela de classificação do Brasileirão revela indícios de quem leva a melhor nesse confronto direto. As quatro primeiras colocações são ocupadas por técnicos estrangeiros. O líder Botafogo tem como comandante o português Luis Castro, mesma origem de Abel Ferreira, técnico do Palmeiras e segundo colocado.
Em seguida, temos o Flamengo, sob o comando de Jorge Sampaoli. O Atlético-MG, que ocupa a zona de classificação direta para a fase de grupos da Libertadores, é comandado pelo argentino Eduardo Coudet, que deixou o cargo após o último jogo da equipe.
Apenas em seguida aparece o primeiro técnico brasileiro, Fernando Diniz, do Fluminense. A região de classificação para o principal torneio continental é fechada por Renato Portaluppi, técnico do Grêmio.
Já na zona do rebaixamento existe outra perspectiva. Com o Goiás, que até a última rodada tinha o interino Emerson Ávila como treinador. A equipe agora será comandada pelo português Armando Evangelista. Em seguida, temos o América-MG, com Vagner Mancini, e o Vasco, com Mauricio Barbieri. Na lanterna está o Coritiba, que iniciou o torneio com o português António Vieira, demitido após a primeira rodada. Seu substituto é Antônio Carlos Zago, ex-Inter e Juventude.
Com a liderança da tabela ocupada por estrangeiros e a parte inferior por técnicos brasileiros, é natural que haja vantagem dos profissionais estrangeiros nos confrontos diretos.
Segundo um apuramento do GZH, até o momento, foram disputados 53 jogos entre times com treinadores estrangeiros e brasileiros. Mais da metade (27) desses duelos foram vencidos pelos técnicos estrangeiros, o que corresponde a 50,9% das vitórias. Em 12 jogos (22,6%), não houve um vencedor claro. Os técnicos brasileiros tiveram sucesso em 14 embates (26,4%).
Em três rodadas (quarta, quinta e sétima), foram realizados sete jogos entre técnicos brasileiros e estrangeiros, sendo esse o recorde até o momento. Nas terceira e quarta rodadas, os estrangeiros venceram quatro partidas, o melhor desempenho nesse quesito. Os brasileiros obtiveram seu melhor desempenho na primeira rodada, com três vitórias. Nessa rodada inicial, os técnicos brasileiros tiveram mais vitórias do que os estrangeiros.
Abel Ferreira, técnico do Palmeiras, enfrentou times com treinadores brasileiros em sete partidas e permanece invicto, com cinco vitórias e dois empates.
Com quase um terço do Brasileirão disputado, a balança continua equilibrada. Neste momento, nove clubes têm técnicos estrangeiros (Botafogo, Palmeiras, Flamengo, Cruzeiro, Fortaleza, Bragantino, Cuiabá, Bahia e Goiás), enquanto 10 clubes têm treinadores brasileiros (Fluminense, Grêmio, Athletico-PR, São Paulo, Internacional, Santos, Corinthians, América-MG, Vasco e Coritiba).
Após a saída de Eduardo Coudet, o Atlético-MG está sem treinador. A tendência é que o novo contratado precise ter um passaporte para ingressar no Brasil. Os portugueses Carlos Carvalhal e Bruno Lage são os nomes mais cotados no momento. Embora sejam desejos da direção atleticana, as chances de contratação são reduzidas.