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O Secretário Municipal de Educação e Desporto (Smed) de Rio Grande, na Região Sul, Henrique da Costa Bernardelli, causou um debate ao proferir frases polêmicas sobre a inclusão de estudantes durante uma reunião. O Sindicato dos Trabalhadores em Educação de Rio Grande (Sinterg) divulgou um trecho do discurso nas redes sociais, gerando repúdio.
O trecho divulgado é parte de uma reunião com diretores e coordenadores de escolas municipais na segunda-feira (5). O conteúdo, com pouco mais de dois minutos, foi enviado anonimamente ao sindicato, que planeja encaminhá-lo na íntegra à Promotoria Regional da Educação do Ministério Público em Pelotas.
Ao Diário Popular, Suzane Teixeira Barros, coordenadora geral do Sinterg, destaca que a fala do secretário chamou atenção por culpabilizar o número de estudantes com deficiência pela redução das matrículas na rede municipal de ensino.
Em sua defesa, o secretário alega que a questão é um problema administrativo, não uma crítica aos estudantes. Ele reconhece o aumento no número de alunos inclusos na rede municipal de ensino nos últimos anos e ressalta a necessidade de oferecer um atendimento adequado. Bernardelli afirma que a secretaria possui um núcleo dedicado a alunos que necessitam de atenção especial e que a discussão na reunião era sobre a melhoria desse sistema dentro das restrições e problemas enfrentados.
O secretário afirma que houve tentativa de aproveitamento político de suas declarações e que o termo “problema” era utilizado para se referir à necessidade de adequar a infraestrutura ao aumento da demanda.
Trecho divulgado pelo Sinterg
“Infelizmente ou felizmente, lá sei eu, mas nós temos que ter uma posição mais racional em termos de administração dos recursos humanos da Smed. Nós temos um problema sério causado pelas inclusões. Esse ano a matrícula está apontada que nós vamos ter 2.951 inclusos. Isso significa quase seis mil vagas a menos na rede. Então, de 24 mil vagas teóricas, é um pouco mais hoje, mas era antes o padrão da Smed, nós estamos reduzidos a 18 ou perto das 19 mil vagas. Isso vai representar, nos anos subsequentes, uma diminuição dos recursos que serão destinados à Smed. Se nós não conseguirmos manter ou atender a demanda do público em virtude desse fato, nós vamos ter problemas de recursos transferidos para a Smed. Então, nós precisamos avaliar, nós estamos procurando implementar mais serviços que possam ajudar as escolas a tratar desse problema dos inclusos, mas nós precisamos reavaliar essa questão da legislação, do bloqueio das vagas para cada incluso, apenas tentando racionalizar de forma que seja no estritamente necessário. Mas isso tem que ser estudado, tem que ser levado adiante.”