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A revista “The Economist” recebeu críticas após a publicação de um artigo que rotulava os trabalhadores da América Latina como “inúteis” na última quinta-feira (8). Diante das acusações de xenofobia nas mídias sociais, a publicação tentou amenizar a situação, alterando o termo para “improdutivos” ao se referir aos latino-americanos.
O artigo, originalmente intitulado “Uma terra de trabalhadores inúteis”, agora aparece no site da revista como “Por que os trabalhadores latino-americanos são tão notavelmente improdutivos?”. Essa mudança foi realizada um dia depois da publicação, após várias pessoas e especialistas expressarem indignação nas redes sociais.
Alexander Aviña, professor associado de história na Universidade Estadual do Arizona, afirmou à NBC: “Tendo acompanhado a ‘The Economist’ por muito tempo, [acredito que] eles sabiam o que estavam fazendo. Há um aspecto de ‘caça-cliques’ nesse título, nesse argumento e no subtítulo, mas, mesmo assim, acho que é incrivelmente insultante, objetivamente impreciso em vários níveis e acredito que seja racista.”
Já Ignacio Sánchez Prado, professor de estudos latino-americanos na Universidade de Washington em St. Louis, afirmou a mesma emissora: “Existe uma estrutura que despreza os países latino-americanos, reduzindo-os a estereótipos. Artigos como este se baseiam nessa representação.“
Após a alteração do título, os editores da revista adicionaram uma observação ao texto. “Mudamos [o título] para deixar claro que estamos analisando os custos sociais e econômicos da baixa produtividade. Nosso objetivo é chamar a atenção para as causas estruturais da baixa produtividade média do trabalho nos países latino-americanos, incluindo poderosos oligopólios que eliminam a concorrência e um grande setor informal que obriga muitas empresas a operarem abaixo da capacidade“, afirma a revista.