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A Polícia Civil de Canguçu, na Região Sul, abriu um inquérito para investigar a fala de um vereador durante uma sessão na Câmara Municipal. Francisco Romeu da Silva Vilela, conhecido como Xico Vilela, do PP, teria se referido a uma servidora do município com termos ofensivos, machistas e racistas. O caso foi capturado em vídeo.
O vereador, aparentemente sem perceber que o microfone estava ligado, chamou a servidora de “neguinha, put*”. A fala ocorreu na última segunda-feira (5), após uma votação referente a situação dos técnicos de enfermagem, na qual a servidora estava presente. As imagens mostram Xico Vilela conversando com outro vereador à esquerda do vídeo, vestindo cinza.
O vereador se recusou a fazer comentários a imprensa e disse que só irá se pronunciar na Justiça. De acordo com o delegado Lauro Marcelo Lonardi de Souza, o caso será investigado como injúria racial, que, neste ano, foi equiparada ao crime de racismo na legislação brasileira.
A servidora, que não será identificada, afirmou que não percebeu o xingamento no dia da sessão. No entanto, no dia seguinte, seu telefone não parou de tocar, com pessoas alertando-a sobre o ocorrido. Ao ouvir o trecho do vídeo transmitido ao vivo pelo YouTube da Câmara, ela ouviu claramente o vereador dizendo “essa neguinha é put*, put*” e mencionando o nome de seu pai. Foi então que ela percebeu que ele estava se referindo a ela.
A servidora relatou que não havia discutido com o vereador durante a sessão e ficou surpresa com o ocorrido. A vereadora Iasmin Roloff (PT), que também estava presente na sessão, utilizou a tribuna no dia seguinte para repudiar as declarações do colega. Em 2021, ela renunciou a um cargo na mesa diretora da Câmara após os colegas vereadores a elegerem para “embelezar” a mesa.
A investigação está em andamento na Delegacia de Canguçu, e o vereador e as testemunhas serão chamados para depor a partir da próxima segunda-feira (12).