Foto: Polícia Civil/Divulgação
Dois médicos que atendem pelo plano de saúde dos servidores do Rio Grande do Sul, o IPE Saúde, foram alvos de uma operação policial realizada hoje (22). De acordo com informações da RBSTV, eles são suspeitos de cobrar indevidamente por consultas e cirurgias. Mandados de busca e apreensão foram cumpridos em locais ligados aos médicos nas cidades de Bagé, na Fronteira Oeste, e Cachoeira do Sul, na Região Central.
O objetivo da operação, de acordo com a polícia, é apreender documentos, celulares e outros materiais que possam auxiliar nas investigações. O Ministério Público (MP) afirma que há indícios do crime de extorsão.
Um dos médicos alvo da operação é Jorge Kaé Filho, de Bagé. Segundo a polícia, há relatos de pacientes que pagaram valores extras de até R$ 2.800 para realizar cirurgias no aparelho digestivo. Essas cobranças são ilegais, uma vez que os procedimentos já são cobertos pelo IPE Saúde.
“Recebemos inicialmente a informação de que um paciente da cidade de Bagé havia passado por uma cirurgia com um médico bastante conhecido naquela região e que lhe foi cobrado um valor de R$ 2.800. Por saber que essa cobrança era ilegal pelo IPE, ele procurou a ouvidoria do Ipê e registrou uma ocorrência policial em Bagé, que chegou ao nosso conhecimento“, explica o delegado Max Ritter.
O outro médico, de Cachoeira do Sul, não teve seu nome divulgado, e foi denunciado por um paciente que alegou ter pago R$ 3.500 para realizar uma cirurgia.
A polícia solicitou a prisão dos médicos, porém a Justiça negou. No entanto, os dois profissionais estão proibidos de exercer a medicina até que as investigações sejam concluídas.
Em maio de 2022, o IPE Saúde estabeleceu uma ouvidoria para receber queixas dos usuários. O número de denúncias de cobranças indevidas aumentou de 18 em dezembro para 38 em janeiro do ano seguinte.