Foto: Divulgação/MP
Estagiários do Judiciário do Rio Grande do Sul estão sendo investigados pela Polícia Civil e o Ministério Público (MP) por conta de vazamento de dados e documentos sigilosos. A suspeita é que eles tenham sido responsáveis pelo repasse de informações sobre operações policiais e ordens de prisão, antes de as medidas serem executadas.
Ao repórter Giovani Grizotti, da RBS, o porta-voz do Tribunal de Justiça do RS, desembargador Antônio Vinícius Amaro da Silveira, afirmou que o fornecimento de acesso inadequado não é algo normal e que existe uma instrução de trabalho feita afim de evitar que vazamentos aconteçam.
A Promotoria Especializada Criminal do MP cumpriu nos últimos dias buscas em Sapucaia do Sul, na Região Metropolitana, para vasculhar endereços ligados a duas ex-estagiárias do Fórum da cidade. A dupla é suspeita de ter acessado um pedido de prisão contra o irmão de uma delas, investigado por roubo.
De acordo com o promotor Flávio Duarte, as estagiárias tinham uma senha que permitia um nível elevado de acesso, normalmente de uso restrito. Segundo ele, este acesso deveria ser somente do diretor de secretaria e que jamais um estagiário poderia acessar.
Em um caso semelhante, a Divisão de Homicídios da Polícia Civil apura o vazamento de três operações policiais também por um estagiário. Os casos envolviam prisões que seriam executadas. De acordo com o delegado Mário Souza, o caso está sendo tratado para que não haja prejuízo maior.
O Ministério Público apura se estagiários da Justiça já desligados também teriam vazado informações sigilosas. ”Existe um delay nesse processo de encerramento de senhas. Nós estamos num processo de avaliação de vulnerabilidades”, finaliza o desembargador e porta-voz do TJ.