Negativa familiar impede cerca de 40% de doação de órgãos no RS, estimam especialistas

Especialistas da saúde estimam que a negativa familiar impede cerca de 40% de doação de órgãos no Rio Grande do Sul
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Especialistas da saúde estimam que a negativa familiar impede cerca de 40% de doação de órgãos no Rio Grande do Sul. Os dados de 2022 da Secretaria Estadual da Saúde, divulgados pelo portal G1RS, mostram que 227 casos poderiam ter resultado em uma doação e não foram feitos por desejo das famílias.

“Em torno de 40 a 45% de negativa, quase a metade dos casos em que a gente diagnostica a morte encefálica e que se poderia fazer a captação de órgãos não é feita porque a família nega essa possibilidade. A maior parte dos casos em que a família nega é por dizer que desconhece se o falecido era doador ou não, se tinha vontade que fossem doados os órgãos dele”, disse o coordenador adjunto da Central Estadual de Transplantes, Rogerio Caruso, ao portal G1RS.

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Com a implementação da Central Notarial de Doação de Órgãos, pessoas interessadas em se tornar doadoras voluntárias de órgãos e tecidos após o seu falecimento podem manifestar esta intenção de forma expressa, formal e gratuita junto aos tabelionatos de notas. O objetivo é facilitar as doações, incentivar que as famílias respeitem o desejo do doador e agilizar os trâmites prévios, elevando o número de transplantes.

Para a titular da Secretaria Estadual da Saúde (SES), Arita Bergmann, a união de esforços entre as entidades é “um grande serviço que está sendo prestado à saúde pública”.

O juiz-corregedor Maurício Ramires chama a atenção para a necessidade de urgência entre a constatação do óbito e a retirada dos órgãos para doação. “Nesse meio tempo, é comum haver impasses legais, então a declaração do desejo da pessoa em se tornar doadora agiliza e desburocratiza o processo”, avalia.

O documento pode ser feito em todos os cartórios do estado. Um acordo feito com a Secretaria Estadual de Saúde e o Poder Judiciário permite que as informações sejam compartilhadas com os hospitais.

No Brasil, são mais de 50 mil pessoas aguardando um transplante de órgãos e tecidos, das quais, 2,7 mil no Rio Grande do Sul. No ano passado, foram 591 transplantes realizados. Porém, o número poderia ser maior caso as famílias autorizassem o procedimento.

Como se tornar um doador de órgãos?

É importante demonstrar esse desejo a amigos e familiares. Além de fazer o registro em tabelionato, também é possível se cadastrar no site do projeto Doar é Legal.

Após gerar essa certidão, basta realizar a impressão, assinar e entregar ou então enviar por e-mail para familiares e amigos. Mesmo sem valor jurídico, o certificado mantém registrada a vontade da pessoa de se tornar uma doadora de órgãos.