Foto: Banco de imagens/Governo Federal
Há exatos 1.155 dias do alerta à Organização Mundial da Saúde (OMS) sobre casos de uma nova doença – ainda desconhecida – detectada em Wuhan, na China, uma reportagem do “The Wall Street Journal” publicada no domingo (26) trouxe sua origem à tona. De acordo com o jornal, o Departamento de Energia dos EUA mudou seu posicionamento sobre o assunto e avalia que o vírus da Covid-19 se espalhou a partir de um vazamento acidental em um laboratório. A informação consta em um relatório de inteligência confidencial recentemente fornecido à Casa Branca.
Telegramas do Departamento de Estado norte-americano datados em 2018 e documentos internos chineses mostram que haviam preocupações persistentes sobre os procedimentos de biossegurança da China, que foram citados como justificativa para o vazamento. O vírus da Covid-19 circulou pela primeira vez em Wuhan, até novembro de 2019, de acordo com o relatório de inteligência.
Autoridades dos EUA se recusaram a dar detalhes sobre as novas informações que levaram o Departamento de Energia a mudar de posição. A conclusão do documento é considerada de “baixa confiança” pelo próprio departamento. Porém, é relevante pois a agência supervisiona uma rede de laboratórios norte-americanos, incluindo os que conduzem pesquisas biológicas avançadas.
O assunto havia sido concluído em 2021, pelo FBI, com a mesma constatação de vazamento acidental, porém quatro agências e um painel nacional de inteligência ainda julgam como resultado de transmissão natural. CIA, e outras agências, não divulgaram suas opiniões.
A “nova” informação foi dada por um alto funcionário da inteligência dos EUA, que afirmou ao Wall Street que a atualização foi feita a partir de novas informações e consultas a especialistas fora do governo. Apesar das divergências entre agências, a atualização reafirmou um consenso de que a pandemia não foi resultado de um programa chinês de armas biológicas.
Por outro lado, a China já havia contestado que o vírus da Covid-19 poderia ter se originado de um vazamento de laboratório, entretanto impôs limites às investigações da Organização Mundial da Saúde (OMS). O fato se deu após a entidade enviar ao país para identificar as origens do vírus e descartar que este tenha escapado acidentalmente de laboratório.