Foto: Divulgação/PCRS
A Polícia Civil deflagrou nesta quarta-feira (7) a Operação Krypteia, que desmantelou uma organização criminosa especializada em fraudes com veículos clonados e falsificação de documentos por meio da plataforma GOV.BR. A ação cumpriu 22 mandados de prisão preventiva e 25 de busca e apreensão no RS, SC e RJ, mobilizando mais de 120 policiais civis com apoio da Polícia Penal e forças locais.
A quadrilha roubava ou furtava veículos, adulterava a identificação e, com acesso fraudulento às contas GOV.BR dos verdadeiros proprietários, emitia documentos para forjar transferências. Os carros eram vendidos em marketplaces com valores abaixo do mercado, atraindo compradores de boa-fé, que só descobriam o golpe na vistoria do Detran.
Um dos criminosos, estudante de tecnologia no RJ, usava técnicas de engenharia social para invadir contas. O grupo atuava em núcleos distintos: roubo, clonagem, invasões digitais e lavagem de dinheiro, sendo este último liderado por uma facção de SC. O chefe do esquema, já condenado a mais de 70 anos, comandava tudo de dentro de um presídio gaúcho.
Até agora, 16 suspeitos foram presos: 12 no RS, um no RJ e três em SC. A investigação começou após uma vítima pagar R$ 80 mil por um T-Cross roubado, anunciado no Facebook. Celulares, documentos e dispositivos apreendidos serão periciados para identificar novos casos. A Polícia acredita que o golpe vinha sendo aplicado há pelo menos um ano.
A Operação Krypteia marca a atuação da recém-criada divisão de combate ao crime cibernético da Polícia Civil. Segundo o delegado Eibert Moreira, a ação reflete o avanço estratégico contra crimes virtuais, que têm crescido mesmo com a queda dos crimes violentos.
Segundo o delegado Thiago Albeche, é essencial ativar a verificação em duas etapas, desconfiar de links e mensagens suspeitas e buscar informações sobre segurança digital. Golpistas exploram vulnerabilidades de aplicativos e descuidos com e-mails e redes sociais para acessar dados e contas pessoais.