Foto: Divulgação/MPT-RS
Uma operação conjunta entre o Ministério do Trabalho e Emprego e o Ministério Público do Trabalho (MPT-RS) resgatou, na quarta-feira (8), quatro trabalhadores submetidos a condições degradantes em um galpão de triagem de lixo em Bom Jesus, na região nordeste do Rio Grande do Sul.
O grupo, composto por três mulheres e um homem, realizava a separação de resíduos recicláveis e orgânicos em ambiente considerado insalubre e foi enquadrado como caso de trabalho análogo à escravidão.
Ambiente degradante e riscos
Os trabalhadores, com idades entre 24 e 51 anos, enfrentavam condições precárias no galpão, incluindo:
Ausência de instalações sanitárias: obrigados a realizar necessidades fisiológicas no mato devido à falta de banheiros funcionais.
Falta de higiene: sem acesso a água para lavar as mãos ou uniformes, precisavam retornar para casa com as roupas contaminadas.
Exposição a riscos biológicos e físicos: lidavam com resíduos em decomposição, seringas descartáveis e materiais cortantes, sem equipamentos adequados ou vacinação contra tétano e hepatite B.
Estrutura comprometida: o galpão apresentava telhas metálicas faltantes, infiltrações e risco de desabamento, agravando as condições de trabalho durante períodos de chuva.
Os trabalhadores faziam parte da COOPERBONJE, cooperativa contratada pela prefeitura de Bom Jesus em junho de 2024 para gerir a coleta, triagem e transbordo de resíduos. Apesar do contrato prever melhorias estruturais no galpão, as obras nunca foram realizadas.
Após a ação, o galpão foi interditado e a cooperativa foi notificada para pagar as verbas rescisórias aos recicladores, que terão direito a três parcelas de seguro-desemprego. A prefeitura de Bom Jesus foi informada sobre a interdição e o resgate dos trabalhadores.