Foto: Prefeitura de Bagé
O prefeito de Bagé, Divaldo Lara (PRD), anunciou nesta quinta-feira (7) sua renúncia, faltando apenas 54 dias para o fim do mandato. Em nota oficial, Lara justificou a decisão devido a “problemas de saúde física e emocional”. O vice-prefeito Mario Mena Kalil (PRD) assumirá o cargo até o final de dezembro.
No comunicado, Lara afirmou ter enfrentado perdas familiares nos últimos anos e mencionou “perseguições e exposições abusivas”. “A decisão de renunciar ao cargo de Prefeito Municipal de Bagé não foi e jamais seria fácil, porém tornou-se inevitável diante dos problemas de saúde – físicos, emocionais – os quais têm afetado tanto a mim quanto a minha família. Enfrento batalhas e perseguições pessoais que somente são imagináveis para quem vive. Nesses oito anos senti a dor da perda de quatro entes queridos: minha mãe e irmãs que perderam a vida para a severidade do câncer, bem como, um sobrinho, de forma cruel.”
A nota ainda segue afirmando: “Tive minha vida pessoal exposta e meu lar violado de forma abusiva e inconsequente, o que causou abalos e traumas às pessoas mais caras e preciosas da minha vida: minha família. Impossível estimar o tempo que necessitarão para se recuperarem e até mesmo se irão, pois as sequelas talvez nunca fechem totalmente.“
Em agosto, o prefeito foi alvo de uma operação da Polícia Federal, suspeito de envolvimento em um esquema de “rachadinha”, com desvio de R$ 10 milhões destinados a campanhas eleitorais. A esposa de Lara, Priscila Fischer Lara, também está sendo investigada.
Antes de sua saída, a última ação de Lara envolveu o aumentou o valor da passagem de ônibus urbano em Bagé, que subiu de R$ 5 para R$ 5,50, gerando um grande descontentamento na população. O transporte rural também sofreu reajuste, com tarifas variando entre R$ 14,85 e R$ 23,10, dependendo da distância. A medida gerou reação instantânea, com mais de 1,2 mil assinaturas em um abaixo-assinado contra o aumento, visando alcançar 1,5 mil adesões.