Militar é preso junto com quatro pessoas em operação contra o neonazismo no RS e outros quatro estados

Foto: Divulgação/GAECO

Uma operação significativa contra o neonazismo, denominada Operação Overlord, foi realizada nesta segunda-feira, abrangendo estados como Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, São Paulo e Sergipe. A operação resultou na prisão de cinco indivíduos e na execução de oito mandados de busca e apreensão, revelando a extensão de uma rede envolvida em atividades extremistas.

Coordenada pelo Ministério Público de Santa Catarina (MPSC), a operação teve ações nas cidades de São Paulo, Taubaté, Curitiba, Cocal do Sul, Jaraguá do Sul, Pomerode, Caxias do Sul e Aracaju. No Rio Grande do Sul, a intervenção contou com o suporte do Ministério Público local e do 12º Batalhão de Polícia Militar.

Investigações apontaram que os envolvidos faziam parte de um grupo que não só fazia apologia ao nazismo como também organizava atos violentos e mantinha uma banda musical que se apresentava em eventos neonazistas, ostentando símbolos como suásticas. Essas reuniões frequentemente reuniam mais de 30 participantes.

Os investigados também realizavam uma cerimônia de “batismo” para integrar novos membros, um ritual destinado a fortalecer vínculos e reafirmar o compromisso com a ideologia neonazista. O grupo se identifica como skinheads neonazistas e usa o Sol Negro com um fuzil AK-47 como emblema, simbolizando a supremacia branca e a valorização da violência.

Dentre os detidos, está um líder do grupo suspeito de participar de um homicídio ideologicamente motivado em 2011, além de um militar do Exército Brasileiro ativo, que frequentava encontros neonazistas. Este último, com conhecimento avançado em táticas de combate, é visto como um risco potencial devido à sua habilidade e acesso a armamentos.

Em uma das residências vasculhadas em Caxias do Sul, foram encontradas facas e artefatos militares, incluindo um uniforme similar ao usado por soldados russos na Ucrânia, indicando a gravidade das intenções do grupo. A Operação Overlord continua a investigar a rede, buscando erradicar suas atividades e impedir futuros atos de violência motivados por ódio racial.