UFPel leva exposição sobre as obras vandalizadas em 8 de janeiro às escolas do Distrito Federal

Foto: Divulgação

O Laboratório de Conservação e Restauração de Pinturas (Lacorpi), integrado ao Instituto de Ciências Humanas (ICH) da Universidade Federal de Pelotas (UFPel), está visitando diversas escolas do Distrito Federal, em Brasília, a fim de levar atividades de educação patrimonial. A iniciativa faz parte do projeto “Patrimônio Cultural dos Palácios Presidenciais: valorização e promoção da democracia a partir da conservação-restauração dos bens culturais vandalizados do Palácio do Planalto”.

O projeto coordenado pela professora do curso Conservação e Restauração de Bens Culturais Móveis da UFPel, Andrea Lacerda Bachettini, faz parte de um acordo de Termo de Execução Descentralizada (TED) assinado entre o instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) e a UFPel. Desde janeiro de 2024, ao menos vinte obras de arte dos Palácios Presidenciais estão sendo restauradas pelo Lacorpi.

Durante as visitas às escolas são realizadas oficinas de pintura, escultura, montagem de quebra-cabeça e de mini-ânforas. Essas atividades interativas associam-se com a restauração de quatro obras em que o Lacorpi está restaurando em Brasília: “Retrato do Duque de Caxias”, de Oswaldo Teixeira; “As Mulatas à Mesa”, atribuído à Emiliano Di Cavalcanti; “Ânfora” (Majólica Italiana – provável séc. XIX/XX) e “Galhos e Sombras”, de Frans Krajcberg. Segundo Andrea, o projeto tem cinco metas a serem atingidas, sendo a principal a restauração dos artefatos. A educação patrimonial é outra meta estabelecida pelo projeto que instituiu uma parceria com a Secretaria de Educação de Brasília para levá-lo às escolas.

Atualmente, existem três cursos de Conservação e Restauração de Bens Culturais Móveis no Brasil: UFPel, UFRJ E UFMG. “É um projeto que dá uma visibilidade enorme para o UFPel, de alcance nacional e até mesmo internacional.” afirma Andrea. Além de levar a educação patrimonial às escolas em Brasília, o projeto também facilita democratizar o acesso às obras, tendo em vista que “muitas dessas crianças não têm acesso a essas obras ou até mesmo não conheciam essas obras”, comentou a coordenadora.

Em agosto deste ano, na sede do Iphan, em Brasília, foi inaugurada a exposição “8 de janeiro: restauração e democracia”, que conta com uma série de registros dos processos de restauração das obras de arte vandalizadas nos ataques antidemocráticos de 8 de janeiro de 2023, nas sedes dos Três Poderes (Executivo, Legislativo e Judiciário). A exposição poderá ser visitada até 25 de outubro, de segunda a sexta-feira, das 8h às 18h, com entrada gratuita.