Maria Ana Krack/PMPA
Nos últimos dias, a presença intensa de fumaça em Porto Alegre motivou um aumento no uso de máscaras faciais entre os moradores. Apesar dessa precaução voluntária, a SMS local ainda não adota a mesma postura de recomendação que o Ministério da Saúde e a Secretaria Estadual de Saúde (SES), que sugerem o uso para minimizar a exposição às partículas nocivas.
Aline Vieira Medeiros, gerente da Unidade de Vigilância Epidemiológica da SMS, explica que a decisão de não recomendar as máscaras será revisada caso haja um aumento significativo nas internações ou outras notificações de saúde que demandem atenção especial. A recomendação atual é usar máscaras em caso de sintomas respiratórios, considerando a circulação de outras doenças virais como influenza e Covid-19.
Autoridades estaduais e o Ministério da Saúde afirmam que máscaras cirúrgicas ou de tecido podem ajudar a reduzir a exposição a partículas maiores, sendo as máscaras tipo N95, PFF2 ou P100 as mais eficazes contra partículas finas. A hidratação também é enfatizada como medida preventiva importante.
Melissa Markoski, doutora em Biologia Celular e Molecular e professora da Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre (UFCSPA), defende a utilização de máscaras para proteção preventiva contra a poluição. Ela sugere que o uso de máscaras pode ser uma medida prudente em qualquer situação de exposição ao ar poluído, especialmente durante atividades ao ar livre.
Enquanto isso, a qualidade do ar na capital gaúcha segue preocupante, com índices de poluição alcançando níveis considerados insalubres, comparáveis aos de grandes metrópoles globais, segundo medições da empresa suíça IQAir. A MetSul Meteorologia destaca que esta é a pior condição de qualidade do ar em Porto Alegre nos últimos 13 anos, expondo a necessidade urgente de monitoramento e medidas preventivas mais eficazes.