Foto: Prefeitura de Bagé
Nesta terça-feira (13), a Polícia Federal (PF) lançou a Operação Coactum III, que investiga supostos crimes relacionados à inserção de declarações falsas em prestações de contas eleitorais, organização criminosa, peculato e lavagem de dinheiro. As cidades foco da operação são Bagé, Porto Alegre e Florianópolis.
A operação é um desdobramento da Coactum II, realizada em maio de 2024, onde foram apreendidos elementos que indicam a prática de “rachadinha”, permitindo um desvio estimado em R$ 10 milhões em Bagé. Desde o início da manhã, 72 policiais federais estão mobilizados para executar 34 mandados de busca e apreensão, além de sequestros de bens, autorizados pelo Tribunal Regional Eleitoral do Rio Grande do Sul (TRE-RS).
Os alvos da Operação são o prefeito de Bagé, Divaldo Lara (PL), a mulher dele, Priscila Lara, e os vereadores Rodrigo Halfen Ferraz e Michelon Garcia Apoitia, ambos do PL. Ferraz é o atual presidente da Câmara de Vereadores de Bagé.
Investigações apontam que desde 2017, servidores comissionados em Bagé foram coagidos a devolver parte de seus salários para a organização, sem a devida declaração à Justiça Eleitoral. A escolha do nome “Coactum” refere-se ao caráter compulsório dessas contribuições.
Segundo informações divulgadas por GZH, para a PF, Divaldo seria o líder da organização criminosa, encarregado de escolher as pessoas contratadas no município e beneficiado com o recebimento dos valores arrecadados. Enquanto a esposa auxiliaria na lavagem dos recursos, realizando transações bancárias em valores muito superiores aos rendimentos lícitos do casal.
Em resposta à operação, os advogados Cristiano Gessinger Paul e José Henrique Salim Schmidt alegam que a investigação é um “prolongamento indefinido e desproporcional de questões já examinadas”, prometendo contestar a abusividade das ações em juízo.