Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil
Como vai ser o clima em julho? Muita chuva novamente? Esta é a principal dúvida dos gaúchos. Além de, claro, como será o frio, uma vez que ele chegou com força em todo o Estado. A MetSul Meteorologia explica que mês que começou nesta segunda-feira é o segundo do denominado inverno climático que é compreendido pelo trimestre dos meses de junho, julho e agosto. Por isso, julho é o mês central da estação inverno e, como efeito, historicamente costuma registrar ondas de frio.
No Rio Grande do Sul, pelos padrões históricos, julho costuma ser um mês chuvoso enquanto no Centro do Brasil se instala a estação seca com precipitações escassas no Centro-Oeste, no Sudeste e mesmo em parte do Paraná, o que favorece o aporte de umidade em direção às latitudes médias como do Centro da Argentina, Uruguai e o estado gaúcho.
No caso de Porto Alegre, julho tem uma temperatura mínima média histórica de 10,4ºC, a menor entre os meses do ano. Já a temperatura máxima média é de 19,7ºC, também a mais baixa entre todos os meses do calendário.
A temperatura média mensal de julho na capital gaúcha é de 14,1ºC, a menor entre os meses do ano, 0,7ºC abaixo da de junho que é a segunda mais baixa e 1,6ºC inferior à de agosto, a terceira menor entre todos os meses do ano. Com isso, de acordo com as normais climatológicas da série 1991-2020, julho é o mês mais frio do ano na capital gaúcha pelos padrões históricos.
Já a precipitação média de julho na cidade é de 163,5 mm, a mais alta entre todos os meses do ano, sendo seguida por outubro (153,2 mm), setembro (147,8 mm) e junho (130,4 mm). A precipitação média mensal de 16,5 mm corresponde à nova normal mensal climatológica com base na série 1991-2020.
Uma comparação entre as séries histórica 1961-1990 e 1991-2020 mostra que no caso da cidade de Porto Alegre o mês de julho ficou mais frio e chuvoso nas última três décadas. A média mínima em 1961-1990 era de 10,7ºC e passou a ser 10,4ºC na série 1991-2020. A média máxima subiu de 19,6ºC para 19,7ºC entre as normais 1961-1990 e 1991-2020.
Na série de 1961-1990, julho era o quarto mês mais chuvoso em Porto Alegre com 121,7 mm (atrás de agosto com 140,0 mm, setembro com 139,5 mm e junho com 132,7 mm) e agora é o mais chuvoso com 163,5 mm nas normais 1991-2020.
Julho sem La Niña
A MetSul afirma que, de acordo com a última atualização da Administração Nacional de Oceanos e Atmosfera (NOAA), dos Estados Unidos, a anomalia de temperatura da superfície do mar no Pacífico Equatorial Central neste final de junho era de +0,3ºC, logo na faixa de neutralidade (sem El Niño ou La Niña).
A tendência é que ao longo de julho as anomalias de temperatura da superfície do mar na faixa equatorial do Pacífico declinem com resfriamento, entretanto considerando os valores observados neste fim de junho a perspectiva é que o mês transcorra sob um quadro de neutralidade e sem uma declaração por enquanto de um evento de La Niña no Pacífico.
E como será a chuva e o frio?
O Estado que mais deve chover em julho é o Rio Grande do Sul, mas muito menos do que em abril, maio e junho. No geral, a chuva no estado em julho deve ficar perto ou abaixo da média na maior parte do território gaúcho com chance de desvios acima da média, se ocorrerem, apenas mais localizados.
Quanto as temperaturas, os primeiros dias de julho em particular serão muito gelados, principalmente no RS e em Santa Catarina com mínimas por demais baixas. A primeira quinzena de julho, aliás, se desenha fria mais ao Sul do Brasil com muitas noites de temperatura baixa e alguns dias de frio muito intenso e ampla formação de geada em ambos estados.
Na segunda metade do mês se espera uma maior alternância de dias de temperatura baixa e mais elevada com possibilidade de um centro de baixa pressão favorecer um evento de frio. Não será, porém, uma segunda quinzena de julho muito fria na média. A maior alternância de ar quente e frio, aliás, agrava o risco de temporais.
Com informações: MetSul Meteorologia