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As recentes enchentes em Porto Alegre resultaram em montanhas de resíduos, evocando cenas dos antigos lixões a céu aberto, agora proibidos. No complexo do Porto Seco, há montanhas de detritos, com cerca de cinco metros de altura e extensões similares, que escancaram a paisagem suja no terreno barrento.
As pilhas, compostas por resíduos inertes, exalam um odor penetrante enquanto pessoas vasculham em busca de itens revendíveis ou reutilizáveis, frequentemente próximas a maquinário pesado que maneja novas cargas.
A Prefeitura de Porto Alegre, em resposta ao desastre natural de maio, estabeleceu pontos de transbordo emergenciais, que inicialmente deveriam conter temporariamente os detritos enquanto se planeja sua remoção para aterros especializados em Gravataí. Desde o início de maio, o Departamento Municipal de Limpeza Urbana (DMLU) coletou 81.547 toneladas de resíduos, distribuídos entre depósitos temporários nas zonas central, norte e sul da cidade.
Esses locais tornaram-se também pontos de trabalho para catadores. A despeito dos riscos à saúde, esses indivíduos dependem desses materiais para subsistência. A vigilância dessas áreas, embora intensificada, enfrenta desafios devido à sua extensão e acessibilidade.
O DMLU, sob a liderança de Carlos Alberto Hundertmarker, reforça que a área aberta do Porto Seco apresenta vulnerabilidades que exigem vigilância constante para segurança pública e sanitária. Os trabalhadores envolvidos na limpeza foram vacinados contra gripe e tétano, e equipamentos de proteção individual são rigorosamente utilizados.
Além disso, o fenômeno da fumaça emergindo dos detritos foi identificado como evaporação de água, sem riscos adicionais, conforme análises da Fundação Estadual de Proteção Ambiental (Fepam). Apesar dos esforços contínuos, ainda não há um prazo definido para a desativação dos depósitos temporários, com o DMLU comprometido a limpar a cidade o mais rápido possível.