Foto: Divulgação/MP-RS
O caso de Rai Duarte, torcedor do Brasil espancado por policiais após uma partida da equipe contra o São José, no Passo D’Areia em 2022, ganhou um novo capítulo nesta segunda-feira (24). Rai testemunhou perante a Justiça Militar em Porto Alegre em uma sessão que investiga a conduta de 17 policiais acusados de torturar 12 torcedores.
Em entrevista ao portal g1, Duarte descreveu como foi detido, alegando que estava próximo a uma lateral do campo e não envolvido na briga que ocorreu atrás do gol. “No dia 1º de maio de 2022, logo após o jogo, enquanto me dirigia ao ônibus, fui surpreendentemente abordado e detido por três policiais que me conduziram de volta ao estádio” contou ele.
O torcedor rubro-negro passou 116 dias hospitalizado, incluindo um período em coma induzido devido às severas lesões recebidas. Segundo o MP, ele sofreu lesões de natureza grave, como hemorragia intra-abdominal, ruptura de artéria cólica média, hematoma em mesocólon transverso, isquemia de cólon transverso, choque hemorrágico e escoriação no segundo dedo da mão esquerda.
Duarte expressou confiança na condenação dos policiais envolvidos, enfatizando sua esperança na justiça. “Espero que aqueles responsáveis por tais atos de barbaridade sejam rigorosamente punidos” afirmou.
Além de Duarte, a Justiça Militar ouviu outros três torcedores que também foram vítimas de agressões. A promotora Janine Borges Soares comentou sobre o grave impacto dessas ações para a integridade das instituições públicas e para o estado de direito.
O processo judicial iniciou em abril com depoimentos de outras vítimas e espera-se que continue com mais testemunhos e a audição dos PMs acusados, ainda sem data marcada para concluírem.
Os policiais estão sendo julgados por tortura qualificada, entre outras acusações graves. O caso, que começou com uma intervenção policial para controlar um tumulto, escalou rapidamente quando Duarte e outros foram detidos sem explicação clara, sofrendo agressões prolongadas e ameaças, segundo denúncias.
Rai foi posteriormente hospitalizado com lesões graves, evidenciadas por imagens que o mostram sendo transportado inconsciente em uma cadeira de rodas. O inquérito policial militar já resultou no indiciamento de vários policiais por tortura e outras ofensas graves.
Com informações: Portal G1