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Jair Bolsonaro, ex-presidente do Brasil, foi flagrado em um vídeo apreendido pela Polícia Federal (PF) discutindo com ministros a necessidade de tomar medidas antes das eleições de 2022 para evitar que o país se transformasse em “uma grande guerrilha”. A reunião, que ocorreu em 5 de julho de 2022, incluiu a alta cúpula do governo e faz parte das evidências que fundamentaram a operação da PF contra indivíduos suspeitos de planejar um golpe de Estado.
Durante o encontro, Bolsonaro expressou preocupações sobre o resultado das eleições, sugerindo que, independentemente dos votos que recebesse, a oposição ganharia. Ele também propôs a criação de um documento questionando a integridade do processo eleitoral e mencionou autoridades do Supremo Tribunal Federal (STF), insinuando que estariam manipulando o pleito em favor de Luiz Inácio Lula da Silva.
O ex-presidente destacou a participação das Forças Armadas na Comissão de Transparência das Eleições como um erro do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), mas benéfico para seu governo. Bolsonaro questionou a imparcialidade de ministros do STF e sugeriu que preparativos estavam sendo feitos para assegurar a vitória de Lula.
A gravação também registra o general Augusto Heleno, então ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), defendendo ações decisivas antes das eleições para assegurar a reeleição de Bolsonaro, incluindo “virar a mesa” se necessário.
Os mandados de busca e apreensão e de prisão preventiva expedidos como parte da operação Tempus Veritatus refletem a seriedade das acusações e o potencial risco que essas discussões representavam para a democracia brasileira. As gravações foram divulgadas pelo jornal O Globo.