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O ano que terminou foi marcado por extremos, tanto no Brasil quanto no mundo, devido ao poderoso El Niño, o mais intenso desde 2015-2016, que continua a exercer grande influência nos primeiros dias de 2024. Após um ano marcado por temperaturas elevadas e eventos climáticos severos, é natural que nos perguntemos o que esperar para 2024.
Segundo a MetSul Meteorologia, embora o El Niño deva chegar ao fim, possivelmente por volta de abril, a incerteza reside no que acontecerá em seguida. Alguns modelos preveem neutralidade (sem El Niño ou La Niña), enquanto outros indicam a possibilidade de La Niña. Recentemente, as transições entre El Niño e La Niña (ou vice-versa) têm sido mais rápidas. Em 2022, o Oceano Pacífico passou de três anos de La Niña para El Niño em apenas um trimestre, algo incomum.
Se a La Niña se confirmar, há um aumento no risco de invernos e primaveras com episódios frios intensos, além de períodos de estiagem entre a primavera de 2024 e o verão de 2025. Entretanto, é muito cedo para fazer estimativas precisas. Mesmo com o fim do El Niño, o Sul do Brasil continuará sujeito a tempestades severas, ciclones e enchentes, mesmo em condições de neutralidade ou La Niña no Pacífico.
Outra certeza é que 2024 será mais um ano de temperaturas elevadas na Terra, com destaque para o Centro-Oeste e o Sudeste do Brasil, onde novas ondas de calor são esperadas. A questão é se 2024 será mais quente que 2023 em escala global. Alguns cientistas acreditam que sim, com base em tendências de longo prazo e nas condições intensas do El Niño previstas para o início do ano.
A previsão do Met Office da Inglaterra também sugere que 2024 provavelmente quebrará recordes, ultrapassando 2023, que já é considerado o ano mais quente registrado. Espera-se um aumento temporário nas temperaturas globais devido ao atual evento El Niño, levando a uma média global entre 1,34°C e 1,58°C acima dos níveis pré-industriais.