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Em plena corrida eleitoral e com menos de duas semanas para as eleições de 22 de outubro, a Argentina mergulha em uma crise cambial. O chamado “dólar blue”, ou dólar paralelo, atingiu um pico histórico, ultrapassando a marca dos mil pesos nesta terça-feira (10).
Em Buenos Aires, fontes como o jornal La Nación destacaram que a cotação do dólar variava dependendo do local de troca. Enquanto isso, grupos de WhatsApp, dedicados a transações em dólar, também refletiam esse aumento.
Sergio Massa, Ministro da Economia e candidato à presidência, atribui a ascensão repentina do dólar blue a comentários feitos por Javier Milei, oponente político. Milei, anteriormente, havia depreciado o peso argentino em declarações públicas. Ramiro Marra, figura proeminente do partido de Milei, também aconselhou os argentinos a não economizarem na moeda local.
Em uma tentativa de estabilizar a situação, o Ministério da Economia, em colaboração com a AFIP (autoridade tributária local), introduziu novas diretrizes para o uso de cartões argentinos no exterior, encarecendo as transações internacionais para os detentores de pesos. O movimento visa reduzir o êxodo de dólares do país, e não afeta estrangeiros usando cartões na Argentina.
A situação atual trouxe aglomerações nas instituições financeiras de Buenos Aires, com cidadãos esperando horas para retirar quantias limitadas. A incerteza leva muitos a guardar dólares em casa, antecipando mais desvalorizações.
A atual crise cambial representa um obstáculo significativo para Massa, que tenta evitar um possível triunfo de Milei. A combinação de ser Ministro da Economia e candidato em um cenário de crise econômica – inflação superando 100% e taxa de pobreza em 41% – amplifica a complexidade do momento atual na Argentina.