Foto: Divulgação/Conmebol
A Conmebol anunciou uma parceria estratégica com o Observatório da Discriminação Racial do Futebol para endereçar e reduzir a crescente incidência de racismo nas competições continentais.
Dentro deste acordo, o Observatório se compromete a fornecer expertise técnica à Conmebol, desenvolvendo uma robusta política de inclusão e diversidade. Além disso, será criado um programa de educação racial destinado aos funcionários e líderes da confederação, e também darão suporte nas iniciativas de sensibilização e educação contra o racismo.
Esta iniciativa da Conmebol é uma resposta direta ao acentuado aumento de incidentes racistas, especialmente direcionados a times, atletas e fãs brasileiros. Somente em 2023, registraram-se 11 casos entre a Copa Libertadores e a Copa Sul-Americana, sendo que em dez destes incidentes, os alvos eram brasileiros.
“O Observatório dá mais um importante passo na luta contra o racismo e na busca por um futebol mais inclusivo. Queremos, junto com a Conmebol, construir uma política antidiscriminatória que busca ir além de medidas punitivas”, afirmou Marcelo Carvalho, fundador do do Observatório da Discriminação Racial no Futebol.
Alejandro Domínguez, presidente da Conmebol, reforçou o compromisso da entidade em seu comunicado oficial: “A Conmebol tem trabalhado para consolidar espaços livres de qualquer tipo de violência, minimizar qualquer expressão de racismo e discriminação no futebol da América do Sul e defender os valores positivos que são a base deste esporte”, disse o presidente da entidade, Alejandro Domínguez, em comunicado publicado no site da entidade.
Em resposta ao aumento destes incidentes, a Conmebol intensificou as penalidades para clubes cujos integrantes se envolvam em ações racistas. As multas foram elevadas de US$ 30 mil para US$ 100 mil, e partes dos estádios começaram a ser fechadas como penalidade.
No cenário nacional, o Brasil atualizou sua legislação, equiparando injúria racial a crimes de racismo, tornando-os inafiançáveis e imprescritíveis. Como resultado, estrangeiros passaram a ser detidos em território brasileiro após envolvimento em incidentes racistas nos estádios.