Foto: Reprodução/Twitter
Nesta quarta-feira (2), o hacker Walter Delgatti Neto, preso pela Polícia Federal, revelou em depoimento que se encontrou com o ex-presidente Jair Bolsonaro no Palácio da Alvorada para discutir o sistema das urnas eletrônicas.
Segundo Delgatti Neto, durante o encontro, Bolsonaro perguntou se ele seria capaz de invadir as urnas eletrônicas caso tivesse acesso ao código-fonte dos equipamentos. No entanto, o hacker informou aos investigadores que essa tentativa não avançou.
A reunião entre Bolsonaro e o hacker teria sido intermediada pela deputada federal Carla Zambelli, que também é alvo da operação da PF nesta quarta-feira.
Delgatti Neto afirmou que só teria acesso ao código-fonte das urnas dentro da sede do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e que “não poderia ir lá”.
Para garantir a segurança dos equipamentos, o TSE autoriza o acesso antecipado aos sistemas eleitorais, para fins de auditoria, 12 meses antes do primeiro turno das eleições. No entanto, segundo o TSE, esse acesso ocorre em um ambiente específico e supervisionado pelo tribunal.
O relatório da Polícia Federal registra: “QUE apenas pode afirmar que a Deputada Carla Zambelli esteve envolvida nos atos do declarante, sendo que o declarante, conforme saiu em reportagem, encontrou o ex-Presidente Jair Bolsonaro no Palácio do Alvorada, tendo o mesmo lhe perguntado se o declarante, munido do código fonte, conseguiria invadir a Urna Eletrônica, mas isso não foi adiante, pois o acesso que foi dado pelo TSE foi apenas na sede do Tribunal, e o declarante não poderia ir até lá, sendo que tudo que foi colocado no Relatório das Forças Armadas foi com base em explicações do declarante“.