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Durante um culto nos Estados Unidos, o pastor André Valadão fez declarações preconceituosas sobre a comunidade LGBTQIA+. Ele afirmou que, se pudesse, “Deus mataria” e “começava tudo de novo” em relação a essa comunidade. As declarações foram transmitidas ao vivo nas redes sociais.
O episódio ocorreu na filial da Igreja Batista da Lagoinha em Orlando, no último domingo (2). O trecho do discurso gerou repercussão e inúmeras críticas nas redes sociais.
“Agora é a hora de tomar as cordas de volta e dizer: pode parar, reseta! Mas Deus fala que não pode mais. Ele diz, ‘já meti esse arco-íris aí. Se eu pudesse, matava tudo e começava de novo. Mas prometi que não posso’, agora tá com vocês“, afirmou Valadão. “Não entendeu o que eu disse? Agora, tá com vocês! Deus deixou o trabalho sujo para nós“, completou.
O Ministério Público Federal no Acre instaurou uma investigação para apurar a possível prática de homofobia nesse caso, após uma representação feita pelo procurador regional dos Direitos do Cidadão no estado.
Além disso, a deputada federal Erika Hilton (PSOL-SP) apresentou uma representação ao Ministério Público de Minas Gerais (MPMG), onde a igreja de Valadão tem sede, em relação a um culto anterior realizado pelo pastor com o tema “Deus Odeia O Orgulho”.
A denúncia se baseia na jurisprudência do Supremo Tribunal Federal, que equipara a homotransfobia ao racismo. O caso está sendo investigado pelo MPMG, que decidirá se irá denunciar o pastor à Justiça.
O senador Fabiano Contarato (PT-ES) afirmou que pretende tomar medidas legais para que o pastor responda por manipulação da fé e incitação à violência.
Em busca de se retratar, o pastor compartilhou um vídeo nesta segunda-feira (3), alegando que sua fala anterior não tinha a intenção de “matar ou segregar”, mas sim de “retornar à essência, ao princípio”. No entanto, essa tentativa de retratação não impediu que o líder religioso fosse alvo de denúncias protocoladas por parlamentares em diversas instâncias.
André Valadão já possui um histórico de falas e postagem semelhantes, através de suas redes sociais. Em junho, mês do Orgulho LGBTQIA+, o pastor passou a intitular seus cultos com o tema “Deus Odeia o Orgulho”, insinuando que Deus odiaria gays, lésbicas, trans, entre outros.