Foto: Divulgação/Polícia Civil RS
A Polícia Civil realizou hoje (23), uma operação para desmantelar um grupo que comercializa agrotóxicos proibidos no Brasil. Foram o cumpridos mandados de busca e apreensão em Porto Lucena, Porto Xavier, Santa Rosa e Santo Ângelo.
Ao todo, quatro pessoas foram presas. Também foram apreendidos galões do agrotóxico Paraquat, cabeças de gado ilegal e vinhos estrangeiros. A sede do grupo criminoso ficava em Porto Lucena, mas utilizavam cidades da fronteira com a Argentina para distribuir e vender os agrotóxicos ilegais.
Grupo movimentou mais de meio milhão
O grupo era composto por quatro vendedores, que atuavam com produtores rurais do Estado. Eles contavam com o apoio logístico de pelo menos três fornecedores, que utilizavam pontos estratégicos na zona rural de Porto Lucena para armazenar e ocultar os produtos.
As investigações duraram seis meses e revelaram o uso de uma ilha no rio Uruguai, na fronteira com a Argentina, para o armazenamento dos agrotóxicos. O local foi alvo de buscas. Em poucos meses, foram movimentados mais de R$ 500 mil em contas bancárias próprias e de indivíduos intermediários, incluindo familiares próximos.
Vereador vendia os agrotóxicos durante sessões na Câmara
Segundo a polícia, um dos líderes do esquema é vereador em um dos municípios alvos das buscas. Áudios revelam indícios de que ele realizava a venda dos agrotóxicos, inclusive durante as sessões legislativas.
Ao longo das investigações, o parlamentar foi preso em flagrante transportando 500 litros do Paraquat, cujo valor ultrapassa R$ 50 mil.
O vereador está sendo investigado por venda e transporte ilegal de agrotóxicos, associação criminosa e outros crimes. Uma cópia da investigação será encaminhada ao Ministério Público e à Câmara Municipal para análise sobre possível violação do decoro parlamentar.
O que é Paraquat?
O Paraquat, agrotóxico proibido no Brasil, é amplamente utilizado na agricultura por suas propriedades de baixo custo e alta eficácia. No entanto, estudos revelaram sua alta toxicidade, associada a doenças degenerativas, e levaram à sua proibição no país pela Anvisa em 2017.
O agrotóxico é contrabandeado para o Brasil, vindo principalmente da China e da Índia, por meio das fronteiras com a Argentina e o Uruguai.