Foto: Reprodução/Redes Sociais
Um relatório da Polícia Federal (PF), divulgado pela revista “Veja” nesta sexta-feira (16), revelou a existência de um documento com instruções para um golpe de Estado no celular do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro.
Cid, que foi preso no início de maio por suspeita de fraude em cartões de vacinação, teve seu celular apreendido durante a operação. O relatório da PF afirma que o documento, intitulado “Forças Armadas como poder moderador”, foi criado em outubro de 2022 e contém ações destinadas a desestabilizar as instituições democráticas.
Entre as instruções mencionadas no documento estão a nomeação de um interventor, o afastamento e abertura de inquéritos contra ministros do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e outras autoridades, além da fixação de um prazo para novas eleições. O documento sugere que essas medidas poderiam ser tomadas com a autorização do presidente da República.
O relatório também revelou conversas entre Cid e o coronel Jean Lawand Junior, que na época ocupava o cargo de gerente de ordens do Alto Comando do Exército. Lawand incentivava a realização de um golpe de Estado e expressava preocupação com a possibilidade de prisão do presidente.
“Pelo amor de Deus, Cidão. Pelo amor de Deus, faz alguma coisa, cara. Convence ele a fazer. Ele não pode recuar agora. Ele não tem nada a perder. Ele vai ser preso. O presidente vai ser preso. E, pior, na Papuda, cara“, afirmou Lawand Junior em um áudio a Cid. “Mas o PR [Presidente da República] não pode dar uma ordem…se ele não confia no ACE [referência ao Alto Comando do Exército]“, responde Cid.
Mauro Cid solicitou ao Supremo Tribunal Federal para não comparecer à CPI dos Atos Golpistas, alegando que seria ouvido como investigado, e não como testemunha. Sua defesa argumentou que a PF enviou um documento à CPI mencionando a possibilidade de execução de um golpe de Estado envolvendo os investigados, mas a defesa não teve acesso a esses documentos.