Foto: Arquivo Pessoal
O policial militar da reserva Jeverson Olmiro Lopes Goulart, acusado de ter estuprado e matado seu próprio sobrinho em Porto Alegre, em 2016, será levado a júri. A decisão foi publicada ontem (16) pelo Tribunal de Justiça do RS (TJ-RS). Goulart é réu por homicídio duplamente qualificado e estupro de vulnerável.
Relembre o caso
No dia 30 de novembro de 2016, Andrei Ronaldo Goulart Gonçalves, de 12 anos, foi encontrado morto em sua cama no quarto que dividia com o tio. Jeverson alega que o sobrinho tirou a própria vida. O caso chegou a ser investigado pela Polícia Civil como suicídio, mas, na época, o inquérito foi concluído como acidente.
Em nota, o Instituto Geral de Perícias (IGP) informou que o laudo enviado à polícia, quando ocorreu o crime, concluiu ser “plenamente possível que a vítima tenha atirado contra si própria, podendo ter efetuado todos os atos que culminaram com a morte, porém não é possível descartar a participação de terceiros.”
Cátia, mãe do menino e irmã de Jeverson, insistia na reabertura das investigações, por desconfiar de sua condução. Quatro anos depois, o caso foi reaberto pelo Ministério Público, que denunciou o PM da reserva por homicídio e, após seis meses, por estupro de vulnerável.
Em depoimento, Jeverson diz que estava na casa da irmã há cerca de um mês, em visita à família, mas seria morador do Rio de Janeiro. Ele alega que estava dormindo na cama de baixo do beliche quando, por volta das 2h, “acordou com o barulho de um disparo de arma de fogo e encontrou a vítima ensanguentada na cama de cima”.
Goulart afirma que “alertou a todos os moradores sobre a presença da arma e a proibição de pegarem”. Sobre a ausência de digitais, ele disse à Justiça que “lavou as mãos enquanto aguardava a perícia no apartamento, pois foi ao banheiro”.