Foto: Acervo Pessoal/Mauro Borba
O dia 12 de maio marca o aniversário de uma das emissoras de rádio mais lendárias de todo o Rio Grande do Sul, a Ipanema FM. Com suas atividades encerradas desde 2015, quando deu lugar à Bandeirantes AM 640, a emissora informou e educou através da cultura e da política toda uma geração.
Considerada a segunda emissora mais antiga no dial FM de Porto Alegre, a Ipanema deu início às suas atividades em 1983. Escolhida pelos paulistas da Rede Bandeirantes quando adquiriram, na década de 1980, a Difusora FM, uma das FMs mais antigas da Capital, foi a companhia de muitos gaúchos por quatro décadas.
Com uma programação embalada pelo rock e suas vertentes, recebeu a homenagem dos porto-alegrenses ao ser chamada de “A Rádio Rock de Porto Alegre” e logo adquiriu como slogan. Entretanto, não era somente esse ritmo que tomava as fitas de rolo (esta os mais novos não saberão o que é) ou mais tarde aos HDs, a rádio também era aberta para outros gêneros, como o rap, o hip-hop, o jazz, o blues, o reggae e a MPB.
Em coluna escrita por Mauro Borba, fundador da Rádio Ipanema, ao Extra Classe, ele relembra um dos vários episódios vivenciados no Morro Santo Antônio, mais precisamente no complexo da antiga Difusora.
“Em uma visita ao Nilton, junto com o Reinaldo Portanova do Relicário do Rock Gaúcho, recebemos dele várias fitas de rolo. Ali está a gravação do dia em que entrevistei o Hermeto Pascoal na Ipanema FM. Ele e a banda toda saíram do estúdio tocando pelos corredores, tudo transmitido ao vivo; uma entrevista com o Fernando Gabeira que não foi gravada, e tantas outras; o abaixo-assinado, pedindo a reabertura do auditório Araújo Vianna fechado havia anos, que mobilizou a cidade inteira. Entregamos ao então prefeito Alceu Collares as pilhas de folhas com assinaturas, e o Araújo reabriu. Fizemos show de reabertura e tudo.”, relembra.
Aos que vivenciaram esta época, fica a memória de um Cagê rodando John Lee Hooker, da Katia e o Talk Radio, o Barão e as “véia” do rock. De Vitor Hugo e as notícias quentes da manhã, Jimi Joe e as modernidades, a Nara Sarmento e o rock argentino, Nilton e o “vamo nessa, moçada” e Edu Santos rodando o Bob Marley diariamente.