Fotos: Lucas Uebel e Fernando Alves/Grêmio e Juventude
Inter, Grêmio e Juventude, junto a outros clubes brasileiros, divulgaram uma declaração oficial nesta semana manifestando forte preocupação com o Substitutivo apresentado pelo senador Carlos Portinho, em 21 de maio de 2025, ao Projeto de Lei 2.985/2023.
A proposta impõe limitações à veiculação de publicidade de operadores de apostas em eventos e entidades esportivas, o que os clubes classificam como uma “proibição disfarçada de limitação”.
Segundo os clubes, a aprovação do texto como está representaria um colapso financeiro para o futebol brasileiro, com uma perda estimada de R$ 1,6 bilhão por ano. O veto à exibição de marcas de apostas em placas estáticas nos estádios afeta diretamente contratos em vigor e compromete receitas fundamentais para clubes grandes e, especialmente, os de menor expressão — que dependem desses recursos para manter atividades esportivas e sociais.
Além da crise financeira, os clubes alertam para um colapso jurídico, já que muitos contratos de publicidade possuem validade mínima de três anos, sendo passíveis de rescisão caso a medida entre em vigor.
Como alternativa, os clubes apoiam a emenda apresentada pelo senador Romário, em 23 de maio de 2025. A proposta visa permitir publicidade estática ou eletrônica vinculada a espaços previamente contratados, respeitando regras das competições e direitos de terceiros. A emenda busca dar segurança jurídica e compatibilidade com a operação real dos clubes e arenas esportivas.
Os clubes também reforçam apoio ao conceito de “Jogo Responsável” e à fiscalização do Anexo X do CONAR, mas criticam medidas que representem restrições quase totais, como o caso italiano — que adotou proibição rígida em 2018 e agora reavalia o modelo diante de seus impactos negativos.
Para Inter, Grêmio, Juventude e demais signatários, a regulação do setor no Brasil ainda é recente (em vigor desde janeiro de 2025) e requer equilíbrio, não radicalismo. Os clubes apelam ao Senado por prudência e responsabilidade na análise do texto, destacando os danos que a proposta pode causar ao futebol e ao esporte nacional, que consideram patrimônios culturais do país.