Foto: Rafa Neddermeyer/Agência Brasil
A dívida rural dos produtores do Rio Grande do Sul atingiu R$ 72,82 bilhões, segundo nota técnica divulgada pela Farsul. O levantamento, com base em dados de instituições financeiras, revela que R$ 36,75 bilhões correspondem a operações de custeio e R$ 36,07 bilhões a investimentos. Apenas para 2025, os vencimentos somam R$ 27,73 bilhões — sendo R$ 22,32 bilhões em custeio e R$ 5,41 bilhões em investimentos.
A Farsul alerta que a concentração de 38% das dívidas no curto prazo representa um risco à liquidez dos produtores e pede ações urgentes. A entidade defende medidas especiais, como a securitização das dívidas, começando pelos inadimplentes ou em risco de inadimplência.
Já a Fetraf/RS considera insuficiente a proposta que deve ser votada pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) para prorrogar dívidas no Estado. Segundo o presidente da entidade, Douglas Cenci, a medida alcança apenas parte do endividamento e oferece prazos curtos, sem resolver o problema de fundo.
Cenci critica a proposta de securitização apresentada pelo senador Luis Carlos Heinze, classificando-a como “utópica”, e sugere uma alternativa mais viável: parcelamento das dívidas em 12 anos, com juros de 4% para produtores do Pronaf e 6% para inadimplentes. A proposta foi apelidada de “Desenrola 2”, em alusão ao programa do MDA.
Mesmo adotando tom conciliador com o governo, a Fetraf não descarta mobilizações. Segundo Cenci, há possibilidade de protestos já na próxima semana.