Foto: Miguel Scapin
Chuva preta pode voltar a atingir o Rio Grande do Sul nesta quarta-feira (4), alerta a MetSul Meteorologia. Segundo os especialistas, isto se dá por conta do avanço de uma frente fria com instabilidade que vai encontrar a pluma de fumaça de queimadas vinda do Norte da América do Sul e que alcança áreas meridionais do Brasil.
No momento, há uma grande quantidade de fuligem em suspensão na atmosfera com uma pluma de fumaça vinda da Bolívia e da região amazônica que avança até o Sul do Brasil. A fumaça já alterou a coloração do céu no território gaúcho durante a terça-feira (3).
Com a enorme quantidade de fumaça presente na atmosfera, e a perspectiva entre esta quarta e quinta-feira de instabilidade, não se pode afastar a ocorrência de chuva preta com precipitação de fuligem (soot) em diferentes cidades. Com isso, não será surpresa alguma que piscinas, baldes e outras superfícies fiquem com a água escura como consequência da precipitação de fuligem acompanhando a chuva preta.
O que é chuva preta?
O scoot, ou fuligem, é um material particulado constituído principalmente de carbono, que se forma como resultado da combustão incompleta de materiais orgânicos, como combustíveis fósseis (carvão, petróleo) e biomassa (madeira, resíduos agrícolas). Quando esses materiais não queimam completamente, em vez de se transformarem inteiramente em dióxido de carbono e vapor de água, eles produzem partículas finas de carbono negro e outros compostos.
Essas partículas são extremamente pequenas, com diâmetros na escala de nanômetros a micrômetros, o que lhes permite permanecer suspensas no ar por longos períodos e viajar grandes distâncias. Fuligem e a chuva preta estão intimamente relacionados. A chuva preta é um fenômeno que ocorre quando a fuligem e outras partículas contaminantes presentes na atmosfera se misturam com a umidade e precipitam sob a forma de chuva.
Esse tipo de chuva, que não necessariamente se precipita com cor preta, é indicativo de altos níveis de poluição, e geralmente é observada em locais próximos a áreas industriais, queimadas ou onde há intensa queima de combustíveis fósseis. Quando as partículas de fuligem se misturam com a umidade nas nuvens, elas podem agir como núcleos de condensação, em torno dos quais as gotas de água se formam. Isso resulta em uma chuva contaminada com poluentes, que ao cair no solo pode afetar corpos d’água, solos e vegetação.
A chuva preta tem impactos visíveis no ambiente urbano. Ela pode deixar uma camada de sujeira nas superfícies, como prédios, veículos e infraestrutura, o que pode levar à degradação dos materiais e aumentar os custos de manutenção. A relação entre fuligem e chuva preta é um indicador preocupante dos níveis de poluição atmosférica em muitas partes do mundo.