Foto: Eduarda Damasceno/Câmara de Vereadores
Em Sessão Ordinária realizada nesta terça-feira (3) na Câmara de Vereadores, alguns parlamentares utilizaram seu respectivo tempo na tribuna para comentar sobre a acusação do Ministério Público (MP), divulgada na última semana, sobre o crime de peculato envolvendo o nome do ex-diretor do Pronto Socorro de Pelotas, Misael Cunha, atual foco da CPI do HPS, que acontece na Câmara. Na sessão, o presidente da comissão, Rafael Amaral (PP) pediu a prisão de Cunha.
Segundo a denúncia do MP, o ex-diretor teria desviado R$ 258,3 mil entre março de 2022 e fevereiro de 2024 em 18 ocasiões, valor que deveria ser utilizado para o funcionamento do HPS. A investigação revelou que Cunha utilizou o dinheiro desviado para a confecção de móveis para sua residência e a de seus pais, além de repassar recursos para uma igreja com a qual tem vínculo pessoal. Além da denúncia, o órgão solicitou a indisponibilidade dos bens do acusado e a reparação dos danos causados aos cofres públicos.
A decisão foi bem aceita pela Câmara, entretanto, o presidente da CPI que revelou que as inconsistências nas contas do pronto-socorro chegam a R$ 8,5 milhões, pediu a prisão do ex-diretor. “Tu, que já passou pelo Pronto Socorro de Pelotas, tu foi roubado. Se alguma pessoa faleceu neste período que este senhor estava lá, ele matou, ele puxou o gatilho, pois ele roubou do SUS, tomou de quem mais precisa. […] O Ministério Público pediu a devolução dos recursos, mas o que eu realmente quero é que peça a prisão, eu quero que esse senhor seja preso porque ele matou, quando tu rouba da saúde, tu mata“, declarou Rafael.
Amaral afirmou que a CPI segue em busca do apoio do judiciário para que Matheus de Souza Leão, proprietário da empresa De Souza, que prestava serviços de portaria e segurança no Pronto Socorro e teria recebido pagamento em notas duplicadas durante o tempo de Misael no HPS, se faça presente na Câmara para dar seu depoimento.
Ainda ficou claro durante a sessão que o relatório da CPI já está sendo escrito pelo relator Jurandir Silva (PSOL). Há um mês, o parlamentar afirmou que o documento sobre os trabalhos sairá com ou sem os depoimentos finais.