Foto: Fernanda Tarnac/Rede Câmara
O projeto enviado pela Prefeitura à Câmara de Vereadores, de um empréstimo de R$ 60 milhões junto ao BNDES, gerou muito debate no plenário. Este teve início na terça-feira (27), em reunião conjunta da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) e Comissão de Orçamento e Finanças(COF), e seguiu nesta quarta-feira (28), durante as discussões para votação entre os vereadores.
As discussões mais acirradas partiram dos vereadores Cesinha (PSB) e Fernanda Miranda (PSOL). Ainda na terça, quando Cesinha presidia a reunião das comissões, Fernanda alegou que Cesinha não estaria sendo democrático, colocando o parecer – favorável – do relator Paulo Coitinho (Cidadania) de maneira abrupta, e sem estar na pauta. A vereadora reclamou que o projeto deveria estar na pauta 24 horas antes da sessão. “Nós temos que ter acesso à pauta, no mínimo. Isso é democracia, as pessoas poderem saber o que vai ser votado e não ser decidido pelo presidente”, finalizou.
Enquanto Cesinha respondia, a vereadora do PSOL começou a gravar um vídeo em seu celular, acusando o socialista de não cumprir o regimento da casa. “A indisposição que eu tenho com a senhora é de visão de mundo, porque a senhora apoia os racistas”, disse Cesinha, lembrando de ataques que sofreu nas redes sociais e da ocasião em que um professor filiado ao PSOL o xingou de “capitão do mato”, em 2022. Ainda, lembrou o ataque em que ele sofreu, que teve também como alvos os vereadores Michel Promove (PP), Reinaldo Belezinha (PP), Rafael Barriga (UNIÃO) e o suplente Fagner Feijó (PSD), e que, segundo o vereador, a parlamentar do PSOL “deu de ombros”.
Nesta quarta, ambos mantiveram o tom. Em tribuna, Fernanda disse ter sofrido violência política de gênero, e que vai buscar reparação na justiça. “O que eu sofri foi misoginia. Violência política de gênero. Mas isso vai para a justiça eleitoral. Eu vou denunciar, sim. E também vou ao Ministério Público, e deixar que eles resolvam. Inclusive, qualquer outra vereadora mulher que se sentiu ofendida, pode ir comigo“, disse.
Já Cesinha voltou a lembrar dos ataques anteriores. “Tive que ouvir de uma vereadora que o racismo é um discurso pobre dessa casa. Mas eu volto a lembrar que parte do PT e o PSOL votaram contra o requerimento que estava apontando todos os racistas que cometeram crime contra parlamentares dessa casa (…) e eu lembrei no ato ‘Pensem bem no que estão fazendo ao votarem contra o requerimento’ e ouvi um vereador me perguntar se eu estava ameaçando alguém. Eu disse que não, mas que iria lembrar eles para sempre daquilo“, finalizou.
Césinha ainda leu os comentários em redes sociais na época, onde, segundo o parlamentar, militantes de partidos de esquerda usaram termos racistas fortíssimos para se referir aos vereadores negros da casa.