Foto: Eduardo Menezes/SEEBPel
Em um ato promovido pelo Sindicato dos Bancários de Pelotas e Região (SEEBPel), nesta quinta-feira (15), a Agência Pelotas do Santander amanheceu de portas fechadas, permanecendo assim até o meio-dia. A manifestação fez parte do Dia Nacional de Luta da categoria, que ocorre em todo o país, como parte da Campanha Nacional, e teve como objetivo pautar uma revisão do dissídio e debater a sobrecarga de trabalho.
Conforme explica Sérgio Seus, diretor do SEEBPel, o objetivo dos bancários é aumentar a pressão junto à Fenaban para que apresente uma proposta digna à categoria, visando a renovação da CCT. “Essa manifestação se refere ao nosso dissídio e o que vem acontecendo, especificamente, com o banco Santander, já que, embora seja um dos bancos com os maiores índices de lucro, em todo o país, segue terceirizando o serviço bancário, demitindo funcionários e fechando agências”, alertou.
De acordo com as informações repassadas pela Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro da CUT (Contraf-CUT), somente no primeiro semestre deste ano, o Santander atingiu um Lucro Líquido Contábil de R$ 6,18 bilhões, o que representa um crescimento de 46,9% em relação ao mesmo período de 2023. Mesmo assim, 380 agências e postos de atendimento foram fechados em um período de apenas 12 meses.
Também presente no ato desta quinta-feira (15), o diretor Lucas da Cunha chamou a atenção para a dificuldade de negociação com a Fenaban, cuja precarização do trabalho é uma das pautas centrais de discussão com os bancos. “Ainda não tivemos nenhuma resposta dos bancos nem mesmo em relação ao aumento real da categoria. Esta manifestação, hoje, no Santander, se dá por conta de que esta instituição financeira tem sido a que mais precariza o trabalho bancário”, explica.
Somente em Pelotas, recentemente, o Santander fechou a agência das Três Vendas, sendo que já havia encerrado as atividades de outra agência, localizada em frente à Praça Coronel Pedro Osório, o que, segundo a categoria acaba sobrecarregando os funcionários. “Normalmente o Santander tem demitido os seus empregados e migrado estes funcionários para empresas terceirizadas que pertencem ao seu próprio Grupo. Para se ter uma ideia, aqui no Rio Grande do Sul, na cidade de São Leopoldo, já temos 4 mil trabalhadores vinculados a empresas terceirizadas do Santander”, critica o sindicalista.
Conforme explica Lucas, estes funcionários, em sua maioria, são demitidos pelo Banco e recontratados a partir de outro CNPJ, com salários menores e piores condições de trabalho. “O Santander tem fraudado os contratos de trabalho dos bancários a partir de ações de terceirização e de precarização. A nossa avaliação é de que, hoje, esta é a instituição financeira que tem trazido os maiores prejuízos para a categoria bancária. Além disso, temos o agravante de que estas ações têm servido de exemplo para que outros bancos sigam pelo mesmo caminho”, completou.
A próxima mesa de negociações com a Fenaban está agendada para terça-feira (20).