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Um levantamento sobre os quantitativos da população em situação de rua no Rio Grande do Sul apontou que Pelotas é a cidade do Estado com maior número de vulneráveis nesta situação. Segundo os números, o município possui 3.937 sem moradia, dado alarmante. O diagnóstico é resultado de dados divulgados pelo Ministério Público do RS, com o apoio do governo do Estado, da Federação das Associações de Municípios do Rio Grande do Sul (FAMURS).
Conforme os dados, 14.829 pessoas adultas vivem em situação de rua, o número que pode ser maior, já que três cidades de médio porte (Esteio, Parobé e Tramandaí) e uma de grande porte (Viamão), não responderam ao questionário. Os maiores números se encontram em Pelotas (3.937), Porto Alegre (2.371), Capão da Canoa (668), Caxias do Sul (1.497), Canoas (1.311) e Gravataí (799).
Referente a crianças e adolescentes, os dados apontam que 365 estão nesta situação, sendo que o maior volume está em Porto Alegre. Ainda, o levantamento apontou que 131 famílias vivem nas ruas, a maioria delas em Porto Alegre (28), Santa Maria (25), Bento Gonçalves (22) e Pelotas (10).
“O levantamento verificou que, de toda a população em situação de rua no Estado, nem 15% conta com um serviço de acolhimento institucional, nem mesmo albergues para pernoitar. Além disso, não há prestação sistematizada do direito à alimentação na maioria dos municípios”, ressalta o coordenador do Centro de Apoio Operacional dos Direitos Humanos e da Proteção aos Vulneráveis , Leonardo Menin.
Com relação ao acesso à alimentação, 81,82% das cidades ofertam o serviço. Desses, em 49,38% (40) se dá por meio de organizações da sociedade civil de forma sistemática e em 34,56% (28) assistemática, o que revela a insuficiência da oferta por parte do poder público. Ainda com relação à segurança alimentar, 48,95% informaram insuficiência. Já 60,18% (65) não dispõem de abrigo, albergue, casa de passagem ou república.
Com relação a serviços da Média Complexidade e da Proteção Social Básica para atendimento, 69,62% possuem Centro de Referência de Assistência Social (CRAS), 51,11% têm Centro de Referência Especializado de Assistência Social (CREAS), 5,92% Centro de Referência Especializado para População em Situação de Rua (Centro POP). Ainda, 22,22% contam com equipes para abordagem social e 5,18 % com equipes volantes no CRAS.
Serviços em Pelotas
Pelotas conta atualmente com uma Casa de Passagem, na rua Dona Darcy Vargas, 212. Além desta, as pessoas em situação de rua têm alternativa de almoço no Restaurante Popular, onde são servidas 400 refeições diárias – 200 a R$ 4,00 e outras 200 gratuitas, com encaminhamento da equipe do Centro Pop, localizado à rua Três de Maio, 1.070. O local oferece café da manhã, café da tarde, banho e conta com estrutura para lavar a roupa, para descansar e se proteger do frio.
Segundo o executivo, os atendidos também são encaminhados para os serviços de saúde, para providenciar documentos, acessar benefícios e até mesmo para que sejam capacitados para o mercado de trabalho, sempre que há possibilidade.
Tanto as pessoas em situação de rua, quanto em qualquer situação de vulnerabilidade podem acessar a Rouparia, no prédio da SAS, rua Marechal Deodoro, 404, onde ficam roupas, calçados e outras doações recebidas da comunidade. Para isso, é necessário ser encaminhado por um dos serviços de assistência social. Também são oferecidos cobertores a quem precisar.