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O Kilombo Urbano Canto de Conexão, local destinado a assistência social e a representatividade da cultura negra, localizado no Porto, em Pelotas, está lutando contra uma ordem de despejo. A entidade tem buscado apoio visando a permanência no endereço atual, na esquina das ruas Benjamin Constant com Álvaro Chaves, pois está na mira de uma ação de reintegração de posse.
Conforme os integrantes, o prédio foi ocupado há sete anos e se tornou um território de apoio. A estrutura pertenceu à Marinha Brasileira até 1996, nome em que ainda consta em documentos atinentes ao imóvel, como certidões e contas, mas teria sido permutado com particulares que agora reivindicam a desocupação.
“A casa, que era de propriedade da Marinha, foi dada de permuta e, após, vendida ilegalmente, constando uma dívida imensa em imposto predial, o que demostra que servia apenas a especulação imobiliária e permaneceu anos ociosa, sendo utilizada como depósito de roubos e local para uso de drogas. Esta foi ocupada pelo Movimento de Estudantes da UFPel, resignificado toda a região do Porto e trazendo segurança para a região“, afirma a advogada Juliana Dutra através das redes sociais do projeto.
Integrantes do Kilombo Urbano pleiteiam a desapropriação da área. Eles justificam o passivo tributário acumulado com o Município a partir do reconhecimento da função social do imóvel. O prédio, que tem aproximadamente 300 metros quadrados, já acolheu e auxiliou mais de mil pessoas, de acordo com os representantes do espaço.
Dentre as ações sociais realizadas, o Kilombo ressalta a biblioteca popular gratuita, atividades culturais, atendimento de famílias em situação de insegurança alimentar – atuando com a doação de alimentos e roupas -, além de servir como casa de passagem para estudantes universitários, imigrantes e mulheres e crianças em situação de violência.
Nesta segunda-feira (15) representantes estiveram reunidos com a prefeita Paula Mascarenhas, No Paço Municipal, em busca de ajuda. Diversas entidades, movimentos, personalidades e partidos políticos já demonstraram apoio à permanência do espaço. Desde a manhã, integrantes realizaram uma vigília em defesa do local.