História da Coligay, primeira torcida organizada homossexual do Brasil, será contada em série

Foto: Divulgação/Ricardo Chaves

A torcida organizada Coligay, associada ao Grêmio e conhecida por ser a primeira formada por homossexuais no Brasil, terá sua história adaptada em uma minissérie ficcional em 2025.

A produção ficará a cargo do Ventre Studio. A direção será de Paulo Machline, indicado ao Oscar em 2001, e Rafael Gomes, conhecido por filmes como “45 Dias Sem Você”.

O roteiro, escrito por Patrícia Corso, baseia-se no livro “Coligay: Tricolor e de Todas as Cores”, escrito pelo jornalista Léo Gerchmann e publicado pela editora Libretos em 2014. A série será exibida pelo Canal Brasil e contará com coprodução internacional, embora ainda não sejam divulgados os nomes do elenco.

João Queiroz Filho, produtor e sócio do Ventre Studio, expressou o objetivo da produção.

“O Ventre tem a ambição de contar grandes histórias brasileiras, inspiradoras para o mundo. A coprodução internacional é uma forma natural de expandir o alcance de nossos filmes e séries.”

A Coligay foi fundada por Volmar Santos em 10 de abril de 1977, em um jogo do Campeonato Gaúcho onde o Grêmio venceu o Santa Cruz por 2×1. A torcida surgiu em um contexto de ditadura militar e enfrentou o preconceito vigente, promovendo um espaço de resistência contra a homofobia. Os integrantes da torcida, muitos vindos da boate Coliseu, eram conhecidos por suas roupas extravagantes e coreografias elaboradas.

A torcida cresceu rapidamente e chegou a contar com 200 membros, marcando presença significativa nos jogos e recebendo eventualmente o apoio dos jogadores e da gestão do clube, apesar das dificuldades iniciais.

“Era uma torcida fantástica, ajudaram no momento difícil do Grêmio”, comentou o ex-jogador Iúra, destacando o suporte diferenciado da torcida durante uma época dominada pelo Internacional.