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As exportações do Rio Grande do Sul somaram US$ 7,4 bilhões entre janeiro e maio de 2024, uma queda de 12,9%, que equivale a US$ 1,1 bilhão, em relação ao mesmo período do ano anterior. Ainda assim, o valor atingido é o quinto maior da série histórica, iniciada em 1997. No ranking brasileiro dos principais estados exportadores, o Estado ocupa a sétima colocação, sendo responsável por 5,6% do total exportado pelo país.
Os dados foram divulgados nesta terça-feira (2) pelo Departamento de Economia e Estatística, vinculado à Secretaria de Planejamento, Governança e Gestão. O estudo aponta que, embora o período analisado inclua os dados do mês de maio, quando o RS foi afetado por enchentes, ainda não é possível constatar de forma nítida os efeitos do episódio nas exportações.
Fumo não manufaturado (US$ 858,7 milhões), soja em grão (US$ 737,8 milhões), cereais (US$ 614,2 milhões), farelo de soja (US$ 549,6 milhões), carne de frango (US$ 526,5 milhões) e celulose (US$ 418,2 milhões) foram os principais produtos exportados entre janeiro e maio de 2024. Os dados do balanço, elaborado pelos pesquisadores Ricardo Leães e Flávia Félix Barbosa, foram extraídos do Sistema ComexStat, do Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços.
No período analisado, os produtos que mais obtiveram avanço nas exportações foram: fumo não manufaturado (mais US$ 67,7 milhões, 8,6%); óleos combustíveis de petróleo (mais US$ 51,5 milhões, 56,7%); polímeros de etileno em formas primárias (mais US$ 47,5 milhões, 23,7%) e soja em grão (mais US$ 42,5 milhões, 6,1%).
Por outro lado, os produtos que apresentam as maiores reduções são: cereais (menos US$ 311,2 milhões, -33,6%); óleo de soja (menos US$ 204,9 milhões, – 69,9%) e farelo de soja (menos US$ 173,6 milhões, -24,0%). Também apresentaram redução significativa as carnes suína e de frango, os tratores agrícolas e os veículos automóveis de passageiros.
Principais destinos
Entre janeiro e maio de 2024, o Rio Grande do Sul exportou para 180 destinos. A China se manteve como o principal comprador, respondendo por 19,8% do total das exportações. Completam o ranking a União Europeia (13,6%), os Estados Unidos (9,9%), a Argentina (5,1%) e o Vietnã (4%).
Os destinos que apresentaram a maior alta nos primeiros cinco meses do ano foram Filipinas (mais US$ 171,3 milhões, 797,8%); China (mais US$ 162,6 milhões, 12,4%); e Coreia do Sul (mais US$ 66,0 milhões, 38,6%). Em contrapartida, Indonésia, Bangladesh, União Europeia, Argentina, Arábia Saudita e Estados Unidos contribuíram para a queda geral das exportações gaúchas.
O estudo do DEE destaca a queda constante das exportações gaúchas para a Argentina. Em 2024, o valor diminuiu 25,2% em comparação com o mesmo período do ano anterior, o que equivale, em termos absolutos, a US$ 127,6 milhões. O movimento é explicado, principalmente, pela redução nas vendas de soja em grão e de bens industriais. A baixa na exportação de soja se justifica pela recuperação da safra do país sul-americano, que passou por severas estiagens em 2022 e 2023, enquanto os números baixos em exportação de produtos industriais refletem o agravamento das condições gerais da indústria argentina, que apresentou queda de 14,8% no primeiro trimestre de 2024 em relação a 2023.