Foto: Reprodução/@joaoheitorsm
As enchentes de maio em Dona Francisca, Região Central do Rio Grande do Sul, desenterraram um sítio arqueológico, habitado por povos indígenas Guarani entre 5 mil e 10 mil anos atrás. Este achado foi confirmado por historiadores da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM).
Nas crateras formadas pela correnteza do Rio Jacuí em uma plantação de arroz, agricultores descobriram milhares de fragmentos de cerâmica e pedras lascadas, evidenciando a presença de uma antiga aldeia Guarani.
Os fragmentos coletados impressionaram os pesquisadores da UFSM, que estimam que o local abrigava uma comunidade de cerca de 300 Guarani.
Os Guarani, conhecidos por sua horticultura e manejo sustentável da natureza, ocuparam o sul do Brasil muito antes da civilização europeia na Europa, com registros que datam de 5 mil a 10 mil anos atrás.
Em entrevista ao Diário SM, o arqueólogo João Heitor Macedo, da UFSM, afirmou que os Guarani migraram da Amazônia seguindo as bacias hidrográficas em busca de terras férteis para a agricultura, especialmente para o cultivo de mandioca.
Em meados de junho, após o alerta dos moradores locais, uma equipe de arqueólogos liderada por Macedo e a professora Maria Medianeira Padoin realizou a primeira exploração do local, resultando na coleta de mais de 200 materiais para análise, ainda segundo o Diário SM. Esses itens vão desde cerâmicas com tinturas características até pedras peculiares.
O impacto das descobertas é tão significativo que pode posicionar o sítio como um dos maiores do estado, já investigado nos anos 60 por pioneiros arqueólogos gaúchos que encontraram peças semelhantes às atuais.
A análise inicial identificou quatro tipos principais de artefatos: calcedônia, cerâmicas corrugadas, pedras lascadas e peças com grafias ou pinturas.