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Um assunto virou pauta na sessão desta terça-feira (16) na Câmara de Vereadores de Pelotas, trata-se do fechamento do Ambulatório Infantojuvenil na cidade. Responsável pelo atendimento voltado a saúde mental de crianças a adolescentes, a ação virou alvo de crítica de parlamentares.
O assunto foi pauta de um pedido de informação da vereadora Fernanda Miranda (PSOL), que criticou o fechamento. “Seria importante a gente ter perto das casas das pessoas serviços de referência. Ao invés de fechar esses serviços, porque não estamos abrindo outros serviços para poder acolher? Pois nós sabemos que depois da pandemia a questão da saúde mental das crianças e adolescentes ficou muito pior, teve um agravante e a gente vê uma falta de políticas para dar conta disso“, pontuou.
A fala foi bastante frisada pelo vereador Rafael Amaral (PP). “A saúde mental em Pelotas está uma vergonha, é um abandono. Toda a saúde é importante, mas quando se fala da saúde mental é um esquecimento total. Eu desafio hoje, quem está no governo, ir em uma unidade básica de saúde, conseguir um encaminhamento para um psiquiatra e ver quanto tempo vai levar para acontecer esse encaminhamento. As pessoas não fazem ideia a falta que faz na vida de um paciente psiquiátrico um medicamento. Tem jovens tirando a sua vida porque não têm encaminhamento. Chega a ser vergonhoso“, pontuou.
O Bairrista contatou a prefeitura para questionar sobre o fechamento do serviço. Como resposta, a coordenadora da Rede de Atenção Psicossocial (Raps), Márcia Helena dos Santos da Rosa, afirmou que, dentre os motivos que levaram a gestão optar pelo encerramento das atividades do Ambulatório Infantojuvenil, está a revogação da Portaria GM/MS 3.588/2021, por meio da Portaria GM/MS 757/2023, que veda a habilitação de novos serviços e equipes multiprofissionais de atenção especializada em saúde mental (Ament), não sendo possível a conclusão do processo de habilitação devido a falta de um profissional psiquiatra infantil.
Conforme o executivo, a exemplo de outros municípios, Pelotas optou pela unificação da equipe do Ambulatório Infantojuvenil e Caps i Canguru. “Além da revogação, o serviço não estava atendendo os objetivos propostos, em razão de uma demanda reprimida expressiva com tempo de espera entre acolhimento e início do tratamento de seis meses a um ano“, afirma Márcia Helena.
Sendo assim, todos os pacientes atendidos anteriormente pelo Ambulatório Infatojuvenil foram realocados para o Caps i Canguru. Segundo a coordenadora da Raps, a equipe do ambulatório foi remanejada para o local, que, ainda segundo a responsável pela pasta, possui estrutura física que comporte os atendimentos.