Reconstrução de casas em Encantado está travada após exigência de laudo hidrológico dos últimos 200 anos do município

Foto: Gustavo Mansur/Secom

A Prefeitura de Encantado está enfrentando desafios significativos na reconstrução de moradias após as devastadoras enchentes que atingiram a cidade em setembro de 2023 e maio de 2024.

Até agora, foi identificada a necessidade de reconstruir 390 residências completamente destruídas, enquanto outras 1.310 estão sob avaliação para determinar se podem ser habitadas novamente. Apesar da autorização já concedida para a construção de 168 novas habitações referentes às enchentes do ano passado, o início das obras está sendo atrasado por exigências burocráticas complexas.

Durante uma entrevista ao programa “Panorama”, do veículo de notícias Independente, o prefeito Jonas Calvi explicou que um dos entraves é a exigência de um laudo hidrológico que mapeie as recorrências de enchentes dos últimos 200 anos, uma demanda impossível de atender, dado que Encantado foi emancipado há apenas 109 anos.

Essa solicitação persiste mesmo com a apresentação de documentação que comprova que as áreas designadas para a construção das novas moradias não estão em zonas de risco de inundação.

Ainda conforme entrevista para a Independente, apesar disso, progressos foram feitos numa recente reunião entre a Caixa Econômica Federal, a empresa responsável pela construção e a Prefeitura, onde foi alinhado o plano de trabalho para o início das obras. Contudo, ainda não há uma data definitiva para o começo da construção. “Recebemos sempre a mesma resposta de que ‘nos próximos dias algo será analisado’. Isso gera uma grande angústia“, desabafou Calvi.

O projeto inicial contempla a edificação de prédios que abrigarão 68 apartamentos, com posterior construção de casas. Enquanto isso, 545 pessoas permanecem alojadas em 11 abrigos temporários, resultado também da cheia recente.