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A Polícia Civil de Porto Alegre está investigando um médico do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) acusado de omissão de socorro. Uma gravação revela que ele teria desligado intencionalmente o telefone durante um atendimento urgente a Edith Carvalho da Silva, uma idosa de 73 anos, cardíaca e diabética, residente no Bairro Belém Velho. Edith faleceu três horas após o incidente ocorrido em novembro do ano passado. A informação foi divulgada pelo jornalista Giovani Grizotti.
Durante a ligação ao serviço de emergência 192, o médico regulador exigiu falar diretamente com a paciente, apesar de seus filhos informarem que ela estava incapaz de se comunicar devido ao seu grave estado de saúde. A situação escalou quando Jaqueline Carvalho da Silva, filha de Edith e técnica de enfermagem, interveio, expressando a urgência da situação ao médico, que respondeu desligando a chamada em meio a um diálogo tenso.
A conduta do médico está sob escrutínio, com o professor Délio José Kipper, coordenador do Comitê de Bioética Clínica na PUCRS, criticando a ação como eticamente questionável, citando o Código de Ética Médica. A delegada Ana Caruso, da Delegacia do Idoso, abriu um inquérito para apurar o caso, classificando a ação como uma potencial omissão de socorro.
Apesar de esforços contínuos desde fevereiro deste ano, a identificação do médico envolvido tem sido dificultada por obstáculos administrativos, levando a delegacia a considerar um procedimento de desobediência contra o coordenador do Samu. A Secretaria de Saúde de Porto Alegre, após ser questionada, confirmou a identidade do médico como César Volésio Ribeiro Carvalho e anunciou a abertura de uma sindicância para investigar o ocorrido.
Com informações: GZH