Foto: Bruno Peres/Agência Brasil
Eldorado do Sul, uma pequena cidade de 40 mil habitantes, enfrenta novamente severas inundações que afetam especialmente os bairros Cidade Verde e Vila da Paz. A recente enchente, que ocorre meses após a cidade ter sido devastada pelas chuvas de maio, levou a prefeitura a estimar que 97% da área urbana e 80% do território total do município foram submersos, marcando a maior catástrofe ambiental da história do Rio Grande do Sul.
Os moradores, ainda lidando com os resquícios da última inundação que deixou carros e casas arrastados pela correnteza, foram surpreendidos com um novo alerta da Defesa Civil. O alerta aconselhou as famílias das áreas mais vulneráveis a evacuarem suas casas, diante da previsão de mais chuvas intensas.
Inês da Silva, uma moradora local, expressou sua frustração e angústia ao ver sua casa inundada novamente. “No início da semana, achei que a água tinha recuado, mas agora está tudo alagado novamente”, disse Inês à Agência Brasil.
Além das dificuldades imediatas, os moradores enfrentam incertezas em longo prazo. Luiz Antônio Ceccon de Albuquerque, um pescador artesanal, mencionou também para a Agência Brasil, o impacto emocional de ter que abandonar sua casa às margens do Rio Jacuí. “A situação é impactante. Eu já chorei várias vezes“, confessou Luiz, refletindo sobre o desafio de encontrar um novo lar seguro.
A prefeitura de Eldorado do Sul, liderada pelo vice-prefeito Ricardo Alves, está apostando na construção de um dique como solução a longo prazo para proteger a cidade. Este projeto, que está na mesa há 12 anos, ganhou prioridade após as recentes enchentes.
A obra do dique, estimada em R$ 460 milhões, é vista como essencial para evitar futuras catástrofes. “Infelizmente, grandes obras no país demoram a sair do papel. Mas agora, com a notoriedade nacional que Eldorado do Sul ganhou, parece que o projeto virou prioridade“, afirmou Ricardo.
Enquanto isso, outras medidas preventivas como a elevação das rodovias que cortam a cidade e a dragagem dos rios, que estão assoreados, também são consideradas cruciais. Sem essas intervenções, a cidade pode enfrentar repetidas inundações, deixando a população em constante estado de alerta e incerteza sobre o futuro.