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Grande quantidade de areia se acumula nas ilhas de Porto Alegre e no Guaíba depois da enorme enchente de maio, a maior já registrada na história da capital gaúcha. A areia é um problema para os moradores das ilhas e ameaça a segurança da navegação nas águas do Guaíba. A quantidade de areia e sedimentos preocupa as autoridades, uma vez que os bancos de areia dificultam a navegação no Guaíba e podem trazer consequências econômicas para o porto de Porto Alegre.
A Portos RS – estatal que atua como a autoridade portuária responsável pela gestão dos portos públicos do Rio Grande do Sul – realiza ações emergenciais para lidar com o assoreamento, especialmente fora da área dos molhes, informou o Correio do Povo.
Segundo o presidente da Portos RS, Cristiano Klinger, a dragagem pontual está em andamento para remover os acumulados. “Nós estamos falando de uma grande obra em função de ser muito grande o volume de sedimentos das enchentes, que escoaram tanto para a hidrovia quanto para o nosso canal” explica.
Além das ações emergenciais, o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT) conduz processo para realizar uma batimetria completa, que avaliará a profundidade e o volume de sedimentos no Guaíba. O estudo é considerado crucial para planejar a dragagem necessária, que vai restaurar as condições ideais de navegação.
Klinger ressalta, ainda, que há recursos disponíveis pelo governo federal para a execução desses trabalhos. “A dragagem total será para recuperar as condições do projeto do nosso calado como já homologado e com isso fazer a retirada da restrição”, destacou.
Imagens de satélite obtidas pela empresa de sensoreamento remoto Soar Earth neste mês mostram a formação dos bancos de areia no Guaíba que preocupam as autoridades portuárias. Bancos de areia normalmente são vistos em épocas de estiagem e não durante cheias, o que indica um grande assoreamento.
Para enfrentar o problema de assoreamento, a Associação dos Municípios da Região Metropolitana de Porto Alegre (Granpal) definiu, em assembleia geral, a contratação de uma empresa para realizar a batimetria na região da capital. O objetivo é identificar os prejuízos provocados no calado destas regiões com o acúmulo dos detritos das cheias. De acordo com o presidente da Granpal e também prefeito de Guaíba, Marcelo Maranata, há um considerável acúmulo de minerais, areia e resíduos em rios da região.
Em 2022, o governo do estado havia liberado R$ 60 milhões para a dragagem do calado do Porto da Capital, para retirar o material que se depositou ao longo de muitos anos e permitir a passagem de embarcações.
Com informações: MetSul Meteorologia